13 de fev 2025
Estudo revela ligação entre pré-eclâmpsia e covid-19 em gestantes durante a pandemia
A pandemia de covid 19 aumentou casos de pré eclâmpsia em gestantes, preocupando especialistas. Revisão de estudos sugere ligação entre fisiopatologia da pré eclâmpsia e covid 19. Pesquisadores identificaram biomarcadores que diferenciam pré eclâmpsia de covid 19. Brasil registrou alta mortalidade materna, com 3.030 mortes em 2021. A covid 19 evidenciou a necessidade de diagnóstico precoce para pré eclâmpsia.
Gestantes podem pedir para realizar cesariana a partir da 39ª semana de gestação (Foto: Jupiterimages/Thinkstock/VEJA)
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Durante a pandemia de covid-19, surgiram preocupações sobre a relação entre casos graves da doença em gestantes e a pré-eclâmpsia, uma condição caracterizada pelo aumento da pressão arterial durante a gestação. Gestantes infectadas pelo SARS-CoV-2 apresentavam maior frequência de pré-eclâmpsia, além de riscos elevados de complicações e morte. O diagnóstico diferencial entre as duas condições era desafiador, pois ambas podem levar a complicações graves, como insuficiência renal e hepática.
Uma revisão de estudos, apoiada pela FAPESP e publicada no American Journal of Reproductive Immunology, sugere uma conexão entre a fisiopatologia da pré-eclâmpsia e a covid-19. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Baylor College of Medicine identificaram vias comuns entre as duas condições, envolvendo o sistema renina-angiotensina e o receptor ACE2, que o vírus utiliza para infectar células humanas. Além disso, foram identificados biomarcadores que podem ajudar a distinguir a pré-eclâmpsia da covid-19 em gestantes.
No Brasil, mais de 300 gestantes morrem anualmente devido à pré-eclâmpsia, enquanto países de alta renda conseguiram reduzir essas mortes por meio de diagnósticos precoces. Durante a pandemia, as mortes maternas aumentaram significativamente, com 1.965 mortes em 2020 e 3.030 em 2021. A meta do Brasil para 2030 é reduzir a mortalidade materna para menos de 30 mortes por 100 mil nascidos vivos, mas atualmente a taxa é de 70 mortes.
Embora não seja possível associar diretamente o aumento da mortalidade materna durante a pandemia ao aumento de casos de pré-eclâmpsia, estudos indicam que a presença simultânea das duas condições aumenta o risco de complicações. A pesquisa também revelou que biomarcadores clássicos para pré-eclâmpsia, como as proteínas sFlt-1 e PlGF, podem ser úteis para o diagnóstico diferencial, uma vez que não são alterados pela covid-19. Fatores de risco bem estabelecidos para pré-eclâmpsia incluem hipertensão crônica e diabetes, e a covid-19 pode ser considerada um novo fator de risco a ser monitorado.
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