17 de fev 2025
Paracetamol na gestação: novo estudo associa uso ao aumento do risco de TDAH infantil
Estudo da Universidade de Washington associa paracetamol a TDAH em crianças. Exposição no segundo trimestre aumenta risco em 3,15 vezes, especialmente em meninas. Pesquisa analisou biomarcadores de 307 pares mãe filho afro americanos. Resultados robustos eliminam viés de estudos anteriores, como o da JAMA. Aumento de anticorpos IGHG1 em mães correlaciona se com diagnósticos de TDAH.
Paracetamol (Foto: Reprodução/Pexels)
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Um novo estudo publicado na revista Nature Mental Health sugere que o uso de paracetamol durante a gravidez pode aumentar a probabilidade de desenvolvimento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) na infância. A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Washington, analisou biomarcadores de exposição ao acetaminofeno em 307 pares mãe-filho afro-americanos, revelando que a presença do fármaco no sangue materno no segundo trimestre está associada a um risco elevado de TDAH em crianças de 8 a 10 anos.
Os resultados indicam que crianças cujas mães apresentaram biomarcadores do medicamento tiveram uma probabilidade 3,15 vezes maior de serem diagnosticadas com TDAH em comparação àquelas sem exposição. A associação foi mais acentuada entre meninas, que mostraram uma probabilidade 6,16 vezes maior de diagnóstico, enquanto a relação nos meninos não foi significativa. Os pesquisadores observaram que a presença do paracetamol estava ligada à regulação positiva de vias do sistema imunológico, incluindo um aumento no anticorpo IGHG1, associado a diagnósticos de TDAH.
Essas novas evidências contrastam com um estudo anterior publicado na revista JAMA, que refutou a ligação entre o uso do paracetamol por gestantes e o desenvolvimento de TDAH. Pesquisadores do Instituto Karolinska e da Universidade de Drexel afirmaram que suas análises, focadas em irmãos com os mesmos pais biológicos, não encontraram evidências que sustentassem essa associação, sugerindo que resultados anteriores poderiam ter sido influenciados por fatores de confusão.
Os cientistas envolvidos na pesquisa atual afirmam ter abordado preocupações sobre viés que surgiram em estudos anteriores. Eles destacam a necessidade de mais investigações para alcançar um consenso sobre a relação entre o uso de paracetamol na gravidez e o TDAH, dada a complexidade do tema e as divergências nos resultados obtidos até agora.
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