Saúde

Cepas da covid-19 evoluem na Maré e impactam saúde global, aponta pesquisa da Fiocruz

Exames na Maré revelam evolução do coronavírus, com alta mortalidade de 10 a 16%. Variantes Gamma e Delta originadas na comunidade infectaram outros países. Mutações da Ômicron na Maré foram ancestrais de casos na América Latina. Estudo da Fiocruz destaca favelas como focos de disseminação viral global. Priorizar saúde nas favelas é crucial para enfrentar futuras epidemias.

MARÉ - Covid-19: cepas que evoluíam na favela tiveram impacto global (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

MARÉ - Covid-19: cepas que evoluíam na favela tiveram impacto global (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Ouvir a notícia

Cepas da covid-19 evoluem na Maré e impactam saúde global, aponta pesquisa da Fiocruz - Cepas da covid-19 evoluem na Maré e impactam saúde global, aponta pesquisa da Fiocruz

0:000:00

Exames genéticos realizados em amostras de moradores do complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, revelaram que linhagens do coronavírus evoluíram na comunidade, gerando novos tipos de vírus que se espalharam até para outros países. Entre 2020 e 2021, a taxa de mortalidade por covid-19 na Maré variou entre 10% e 16%, quase o dobro da média da cidade. A pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz indica que linhagens da variante Gamma originadas na Maré estão ligadas a casos no Brasil, Estados Unidos e Suíça.

Além disso, cepas da variante Delta surgidas na região infectaram pessoas em outros estados brasileiros e em países como Estados Unidos, Índia, África do Sul, China e Suíça. Mutações da variante Ômicron encontradas na Maré também foram ancestrais de casos no Brasil e na América Latina. Os pesquisadores coletaram amostras de cerca de 500 moradores infectados para analisar o impacto da circulação viral no complexo.

O pesquisador Thiago Moreno Souza, um dos autores do estudo, destacou que as condições estruturais das favelas favorecem a replicação e mutação de vírus respiratórios. Ele afirmou que “fatores como baixa condição sanitária e moradias precárias em comunidades ajudam na maior transmissão e dispersão do vírus”, tornando essas áreas focos de disseminação. O estudo sugere que as favelas devem ser priorizadas para receber recursos e esforços de saúde pública, visando melhorar a infraestrutura e os serviços básicos.

Os pesquisadores alertam que, segundo estudos demográficos, mais de um terço da população mundial poderá viver em favelas até 2050. No Brasil, atualmente 8% da população reside nesses territórios, conforme dados do IBGE. Eles enfatizam que “compreender a dinâmica dos agentes infecciosos em favelas é fundamental para intervenções em saúde pública”, já que essas áreas frequentemente apresentam uma prevalência mais alta de doenças infecciosas em comparação com outras regiões urbanas.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela