Saúde

Crianças com menos de um ano consomem ultraprocessados e afetam microbiota intestinal

Estudo com 728 crianças revela que ultraprocessados afetam a microbiota intestinal. Amamentação aumenta Bifidobacterium, essencial para a saúde intestinal. Crianças não amamentadas consomem mais ultraprocessados, como salgadinhos e refrigerantes. Pesquisa destaca vulnerabilidade social na Amazônia e necessidade de monitoramento. Resultados indicam riscos à saúde a longo prazo, seguindo diretrizes da OMS.

ULTRAPROCESSADOS - Crianças: o impacto na saúde (Foto: Oleg Breslavtsev/Getty Images)

ULTRAPROCESSADOS - Crianças: o impacto na saúde (Foto: Oleg Breslavtsev/Getty Images)

Ouvir a notícia

Crianças com menos de um ano consomem ultraprocessados e afetam microbiota intestinal - Crianças com menos de um ano consomem ultraprocessados e afetam microbiota intestinal

0:000:00

Um estudo com 728 crianças de até um ano revela que o consumo de alimentos ultraprocessados pode prejudicar a diversidade e a abundância da microbiota intestinal, especialmente em crianças não amamentadas. Os resultados foram publicados na revista Clinical Nutrition e fazem parte do Estudo MINA, que acompanha crianças nascidas entre 2015 e 2016 em Cruzeiro do Sul (AC), com apoio da FAPESP. Crianças que ainda recebiam leite materno apresentaram maior abundância de Bifidobacterium, associado à boa saúde intestinal.

Por outro lado, aquelas que não eram amamentadas e consumiam produtos ultraprocessados, como salgadinhos, biscoitos recheados e refrigerantes, mostraram maior presença de gêneros como Selimonas e Finegoldia, que estão ligados à obesidade e doenças gastrointestinais. O primeiro autor do estudo, Lucas Faggiani, destacou que o aleitamento materno atenuou os efeitos negativos dos ultraprocessados na microbiota intestinal, resultando em uma microbiota mais estável e saudável.

O estudo, que se destaca pela sua amostra significativa e por ser realizado em uma região com vulnerabilidade social, coletou dados entre 2016 e 2017. As amostras de fezes foram analisadas em uma empresa na Coreia do Sul, utilizando sequenciamento automatizado. Além das diferenças entre os grupos amamentados e desmamados, os pesquisadores notaram um aumento do gênero Firmicutes nas crianças que não recebiam mais leite materno, sugerindo uma maturidade precoce da microbiota.

Com mais de 80% das crianças consumindo ultraprocessados já no primeiro ano de vida, os pesquisadores ressaltam a importância de seguir acompanhando esses indivíduos para monitorar possíveis desfechos adversos à saúde a longo prazo. O estudo, que também contou com a participação de Paula de França, coautora do artigo, reforça a necessidade de atenção às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a alimentação infantil.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela