06 de mar 2025
Mudanças climáticas ameaçam avanços na erradicação da fome na América Latina
Relatório da OPAS revela que 75% dos países da América Latina enfrentam riscos climáticos. Mudanças climáticas afetam a produção agrícola, aumentando a insegurança alimentar. A região tem a segunda maior exposição global a eventos climáticos extremos. Custo de dieta saudável na América Latina é o mais alto, dificultando acesso à alimentação. Estratégias incluem políticas de agroecologia e adaptação de sistemas alimentares locais.
Colheitas prejudicadas: mudanças climáticas já comprometem cultivos e alimentação pelo planeta (Foto: Skaman306/Getty Images)
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Quase 75% dos países da América Latina, incluindo o Brasil, estão altamente expostos a eventos climáticos extremos, segundo um relatório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). O documento analisa a situação alimentar na região, considerando indicadores como acesso a alimentos saudáveis e índices de desnutrição, além de discutir o impacto das mudanças climáticas na segurança alimentar. Apesar da redução da fome, a vulnerabilidade a chuvas e secas intensas pode comprometer esse progresso.
A pesquisadora Fernanda Marrocos, da Universidade de São Paulo (USP), destaca que a mudança climática é um dos principais fatores que afetam a segurança alimentar, junto a conflitos e crises econômicas. A OPAS aponta que a América Latina e Caribe é a segunda região mais exposta a eventos climáticos extremos, com 74% dos países enfrentando alta vulnerabilidade. Isso levanta preocupações sobre a possibilidade de erradicação da fome até 2030.
Os extremos climáticos impactam diretamente a agricultura e a economia, reduzindo a produtividade e afetando as cadeias de abastecimento. Isso resulta em aumento nos preços dos alimentos, dificultando o acesso a dietas saudáveis. A situação é crítica, pois a região já apresenta o maior custo de uma dieta saudável, estimado em 4,56 dólares por dia, superando a média global.
A pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revela quedas na produtividade de cultivares essenciais, como feijão e milho, devido às mudanças climáticas. Além disso, o aumento do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera pode reduzir o valor nutricional dos alimentos. Para enfrentar esses desafios, Marrocos sugere um arcabouço legal robusto e práticas agrícolas sustentáveis, além de evitar a dependência de ultraprocessados, que não contribuem para a saúde e estão associados ao aumento da obesidade na região.
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