26 de mar 2025
Cortes drásticos em ajuda alimentar internacional podem causar milhões de mortes infantis
Cortes drásticos em financiamentos internacionais para nutrição podem resultar em 369 mil mortes infantis anuais. A situação é alarmante.
A perda de financiamento para alimentos terapêuticos prontos para uso pode significar que milhões de crianças globalmente não poderão acessar esse tratamento que salva vidas. (Foto: Jake Lyell/Alamy)
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A recente redução no financiamento da ajuda internacional, especialmente por parte da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e de outros países ocidentais, como o Reino Unido e a França, pode reverter anos de progresso na luta contra a desnutrição. Os cortes, que podem chegar a 44% do total de US$ 1,6 bilhão destinados em 2022 para metas nutricionais da Assembleia Mundial da Saúde, impactarão severamente as populações mais vulneráveis, resultando em dificuldades e mortes.
A desnutrição aguda severa, que afeta 13,7 milhões de crianças anualmente, é uma das formas mais letais de subnutrição, com uma taxa de mortalidade de até 20% entre crianças menores de cinco anos. Programas eficazes, como a gestão comunitária da desnutrição aguda severa, têm demonstrado reduzir a mortalidade para menos de 5%. Contudo, a retirada abrupta do apoio financeiro deixa milhões de crianças sem acesso a tratamentos essenciais.
A Helen Keller International, por exemplo, teve que interromper um programa que atendia 5,6 milhões de crianças na Nigéria devido à falta de financiamento. Em Sudão, quase 80% das cozinhas de emergência estão fechadas, e na Etiópia, os suprimentos de alimentos ricos em nutrientes para tratar cerca de um milhão de crianças malnutridas estão prestes a acabar. A rede FEWS-NET, que fornece dados sobre riscos de fome, também está inativa, comprometendo os sistemas de alerta precoce.
Estima-se que a redução de US$ 290 milhões em doações para o tratamento da desnutrição aguda severa resultará em 369 mil mortes infantis adicionais anualmente. Os cortes nos financiamentos dos Estados Unidos e de outros doadores podem levar a 704 milhões a menos para programas de nutrição, afetando diretamente a vida de milhões de crianças em países de baixa e média renda. A situação é alarmante, pois a falta de apoio ameaça não apenas a nutrição, mas também a saúde pública e a estabilidade econômica global.
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