18 de mar 2025
Polipíldora pode reduzir mortes cardiovasculares em maiores de 50 anos, afirmam especialistas
Em 2023, doenças do sistema circulatório causaram mais de 120.000 mortes na Espanha. Proposta de polipíldora visa prevenir mortes cardiovasculares em maiores de 50 anos. A polipíldora combina estatina e três medicamentos para pressão arterial. A OMS e a EMA apoiam a iniciativa, reconhecendo sua eficácia e segurança. Especialistas divergem sobre a polipíldora, priorizando medidas de saúde e estilo de vida.
"Produção das pílulas em um laboratório. (Foto: Reuters)"
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Em 2023, mais de 120 mil pessoas faleceram na Espanha devido a doenças do sistema circulatório, representando mais de um quarto das mortes no país, segundo o Instituto Nacional de Estatística. Um artigo publicado na revista The BMJ sugere que muitas dessas mortes poderiam ser evitadas com a introdução de uma polipíldora para cidadãos acima de 50 anos, combinando uma estatina e três medicamentos para pressão arterial. Os autores, professores de epidemiologia do University College London e da Universidade de Birmingham, argumentam que, se apenas 8% dessa população aceitasse a medicação, os benefícios superariam os sistemas atuais de monitoramento.
Os pesquisadores afirmam que as ferramentas de previsão de risco são ineficazes e podem deixar de fora muitas pessoas em risco. “A maioria dos infartos e derrames ocorre em pessoas com níveis de risco médio,” destacou o professor Aroon Hingorani. A polipíldora é vista como uma estratégia “simples, eficaz e econômica,” com componentes que já não têm patente e efeitos colaterais mínimos. Nicholas Wald, um dos autores, compara essa abordagem a programas de saúde pública, como vacinação e redução de sal na alimentação.
O cardiologista Valentín Fuster, diretor do CNIC em Madrid, expressou apoio à ideia, mas levantou preocupações sobre a administração da polipíldora a pessoas sem fatores de risco evidentes. “Dar uma polipíldora a quem não tem colesterol alto é atacar um sistema que não está necessariamente doente,” afirmou. Fuster e Armando Oterino, da Sociedade Espanhola de Cardiologia, enfatizam que o foco deve ser o controle de fatores de risco por meio de mudanças de estilo de vida antes de considerar medicamentos.
Em 2022, um estudo de Fuster mostrou que uma polipíldora contendo aspirina, atorvastatina e ramipril reduziu em 33% as mortes cardiovasculares em pacientes que sofreram infarto, principalmente devido à melhora na adesão ao tratamento. A polipíldora já foi aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos e está disponível em 30 países. Em 2023, a Organização Mundial da Saúde a incluiu em sua lista de medicamentos essenciais, destacando sua importância no tratamento cardiovascular. Fuster acredita que, apesar dos desafios, a polipíldora pode elevar os padrões de cuidados preventivos em todo o mundo.
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