21 de mar 2025
Airfryer: ferramenta de economia e saúde ou um novo símbolo da cultura da dieta?
A crescente popularidade das airfryers levanta questões sobre seu papel na cultura da dieta e a culpa associada à alimentação.
A freidora de ar tem sido a revolução dos eletrodomésticos nos últimos anos. (Foto: Milan_Jovic/Getty Images)
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O movimento social que defende a cultura da dieta sustenta a ideia de que corpos magros são sinônimo de saúde e beleza. De acordo com o VII Estudo de Saúde e Vida da Aegon, 27% dos espanhóis já seguiram algum tipo de dieta, com uma prevalência maior entre as mulheres (31,1%) em comparação aos homens (22,7%). Cristina Hernández Martín, diretora do Instituto de las Mujeres, destacou que existe um mercado que se aproveita da insegurança feminina, perpetuando a insatisfação com a imagem corporal e fomentando uma competição entre as mulheres.
A ativista Virginia Sole-Smith questionou se as airfryers estão inseridas na cultura da dieta, argumentando que o nome do aparelho sugere uma forma de cozinhar mais saudável, mas que na prática se assemelha a um forno. Sabina Banzo, autora do livro "Ya tengo mi airfryer, ¿y ahora qué?", concorda que, embora o eletrodoméstico possa ser útil, seu marketing frequentemente enfatiza a perda de peso em vez de uma alimentação saudável. Ela observa que o uso do aparelho depende do que se cozinha, e não do equipamento em si.
A psicóloga Maria Calado Otero, em um estudo sobre jovens e transtornos alimentares, enfatiza que a culpa associada à alimentação é um produto da cultura da dieta, que moraliza a comida e gera medo de engordar. Essa mentalidade pode levar a uma relação prejudicial com a alimentação, onde comer se torna um ato carregado de culpa, em vez de um momento de prazer e conexão. Leticia Plaza Serrano, nutricionista, alerta que a obsessão por uma alimentação saudável pode desencadear transtornos alimentares, especialmente em indivíduos predispostos.
Por outro lado, a nutricionista Leticia Plaza Serrano argumenta que não se pode afirmar categoricamente que as airfryers promovem a cultura da dieta, pois seu uso pode ser benéfico se não estiver atrelado a obsessões por calorias. Ela ressalta que o problema reside no marketing que muitas vezes prioriza a perda de peso em detrimento da qualidade nutricional. O aumento dos preços do óleo também levou muitos a buscar alternativas, como a airfryer, para economizar na cozinha, refletindo uma mudança nas práticas alimentares em resposta à crise econômica.
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