08 de abr 2025
Sequência de seca na Amazônia retratada em foto premiada de Musuk Nolte
Musuk Nolte retrata a crise da seca na Amazônia em projeto premiado, evidenciando o impacto do clima na vida ribeirinha e no transporte fluvial.
O rio Amazonas está experimentando níveis recordes de estiaje devido a uma grave sequía, intensificada pelo mudança climática. (Foto: MUSUK NOLTE / Bertha Foundation)
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Três pescadores caminham de volta para suas casas na Vila de Pesqueiro, localizada a cem quilômetros de Manaus, no estado do Amazonas. Eles percorrem dois quilômetros sobre bancos de areia sob uma temperatura de 40 graus Celsius, em um leito do rio Solimões que, em outubro de 2024, estava completamente seco. O fotógrafo peruano-mexicano Musuk Nolte, que capturou essa cena, ganhou o prêmio World Press Photo na categoria histórias, Sudamérica, por seu projeto "Sequía en la Amazonia".
Nolte explica que, antes da seca, o rio chegava até as casas dos pescadores, mas a falta de chuvas fez com que o nível da água recuasse dois quilômetros, obrigando-os a caminhar por 45 minutos para chegar em casa. O Serviço Geológico Brasileiro reportou uma diminuição média de 19 centímetros no nível do rio diariamente. A imagem que retrata os pescadores é a favorita do fotógrafo, pois ilustra a escala humana em um território vasto.
O projeto "Geografia do Água", que Nolte desenvolve há cinco anos, busca documentar os problemas relacionados à água na Amazônia. Ele destaca que as fronteiras geográficas são irrelevantes em um contexto de crise climática. Durante sua estadia em Manaus, ele registrou os níveis mais baixos de água desde 1902, afetando mais de 480 mil pessoas na região. A seca impactou a navegação e o acesso a alimentos e serviços essenciais, levando os moradores a considerar a possibilidade de deixar suas casas.
Um relatório da UNICEF, publicado em novembro de 2024, revelou que a seca na Amazônia deixou 420 mil crianças sem comida, água e educação em países como Brasil, Peru e Colômbia. A situação é crítica, com a profundidade do rio Solimões reduzida a apenas três metros. Nolte, que já abordou diversas crises hídricas em sua carreira, enfatiza a importância de evidenciar os impactos do aquecimento global, ressaltando que a água é um elemento que conecta os territórios e as comunidades.
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