11 de abr 2025
Ficus insipida se destaca como sensor natural de contaminação por mercúrio na Amazônia
Ficus insipida se destaca como sensor natural de mercúrio, revelando impactos da mineração ilegal na Amazônia. Estudo inédito aponta suas potencialidades.
Uma zona yace deforestada por mineração ilegal de ouro na província peruana de Madre de Dios, um dia antes de o papa Francisco chegar à Amazônia peruana em 2018. (Foto: Rodrigo Abd/AP)
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Na região amazônica de Madre de Dios, no Peru, a mineração ilegal tem causado danos significativos ao meio ambiente e à saúde pública. Estima-se que entre 100 mil e 200 mil trabalhadores informais atuem nessa indústria, que utiliza mercúrio para a extração de ouro, resultando em contaminação de rios e vegetação. O mercúrio, ao se dispersar, se torna altamente tóxico, especialmente na forma de metilmercurio, afetando ecossistemas aquáticos e a saúde de comunidades locais.
Um estudo recente revelou que o Ficus insipida, uma espécie de árvore tropical, pode atuar como um sensor natural para monitorar a contaminação por mercúrio em áreas afetadas pela mineração. Pesquisadores da Universidade de Cornell, liderados pela professora Jacqueline Gerson, descobriram que os anéis de crescimento dessa árvore registram dados sobre o clima e a poluição ao longo do tempo. Essa capacidade de registrar informações ambientais torna o Ficus insipida uma ferramenta valiosa para entender os impactos da mineração.
Os cientistas analisaram amostras de árvores em diferentes localidades, incluindo áreas próximas a atividades mineradoras e florestas protegidas. Os resultados mostraram que as concentrações de mercúrio eram significativamente mais altas nos anéis das árvores próximas à mineração, especialmente durante a estação seca. Em Boca Colorado, as concentrações aumentaram após o ano 2000, correlacionando-se com a queima de amalgamas de mercúrio e ouro.
Os pesquisadores destacam que o uso do Ficus insipida para monitoramento ambiental pode ser uma alternativa mais ampla e econômica em comparação com métodos tradicionais. Embora o estudo tenha mostrado a viabilidade dessa abordagem, ainda há incertezas sobre a eficácia em outras espécies de árvores e a relação entre a distância das áreas mineradoras e a concentração de mercúrio na madeira.
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