Saúde

Árvore da Amazônia revela histórico de contaminação por mercúrio da mineração ilegal

Pesquisadores identificam a Ficus insipida como biomonitor de mercúrio na Amazônia, revelando impactos da mineração ilegal na saúde e no meio ambiente.

Árvore da espécie Ficus insipida, ou quaxinguba (Foto: AlfRibeiro/Adobe Stock)

Árvore da espécie Ficus insipida, ou quaxinguba (Foto: AlfRibeiro/Adobe Stock)

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Árvore amazônica acumula mercúrio e pode rastrear garimpo ilegal

Pesquisadores identificaram a capacidade da Ficus insipida de acumular mercúrio em seus anéis de crescimento, revelando um novo método para monitorar a contaminação causada pela mineração ilegal de ouro na Amazônia. O estudo, publicado na revista Frontiers in Environmental Science, pode auxiliar na fiscalização e no cumprimento de acordos internacionais.

A árvore, conhecida no Brasil como quaxinguba, apuí ou figueira-brava, registra nos anéis de crescimento o mercúrio liberado na queima do amálgama de ouro e mercúrio – prática comum em áreas de garimpo. A técnica permite identificar áreas e períodos de contaminação com precisão.

A pesquisa foi realizada em cinco áreas da região de Madre de Dios, no Peru, e demonstrou que os níveis de mercúrio nas árvores próximas a zonas de mineração ativa aumentaram significativamente após 2000. Esse período coincide com a expansão do garimpo impulsionada pela construção da rodovia Interoceânica.

Segundo Jacqueline Gerson, professora da Universidade Cornell e autora principal do estudo, a Ficus insipida se destacou por apresentar anéis de crescimento claros o suficiente para a análise. “As árvores poderiam ser usadas para comparar concentrações atmosféricas de mercúrio em diferentes locais e detectar mudanças ao longo do tempo”, afirma a pesquisadora.

A exposição ao mercúrio pode causar problemas neurológicos, digestivos e imunitários, além de prejudicar o desenvolvimento infantil. A Convenção de Minamata, um tratado internacional, busca reduzir as emissões e o uso do metal, mas a fiscalização ainda é um desafio.

A cientista ressalta que a abordagem pode ser aplicada em outras regiões tropicais afetadas pelo garimpo, incluindo o Brasil. “O Brasil poderia usar núcleos de árvores como um mecanismo para rastrear onde as emissões de mercúrio são mais altas, sem a necessidade de equipamentos caros de monitoramento do ar”, conclui.

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