Contaminação por TFA em vinhos europeus cresce exponencialmente desde 2010

Uma análise recente revelou um aumento exponencial de TFA (ácido trifluoroacético) em vinhos europeus, especialmente entre os anos de 2010 a 2015. O estudo, realizado por um coletivo de ONGs ambientais, analisou cerca de cinquenta vinhos de dez países da União Europeia, incluindo França, Itália e Espanha. Os resultados indicam que o TFA, um poluente relacionado a compostos PFAS, não foi detectado em vinhos anteriores a 1988, mas estava presente em 39 amostras produzidas após essa data.

Entre 2021 e 2024, a concentração média de TFA nos vinhos testados atingiu 122 µg/l, um nível aproximadamente 100 vezes superior ao encontrado em águas de superfície e potáveis. O químico ambiental Helmut Burtscher-Schaden, autor principal do estudo, destacou que a população pode estar ingerindo mais TFA através da alimentação do que se imaginava.

Preocupações com a Saúde

A pesquisa também identificou resíduos de pesticidas de síntese nos vinhos, especialmente nas amostras com as maiores concentrações de TFA. Isso sugere uma possível relação entre o uso de pesticidas PFAS e os altos níveis de TFA encontrados. As associações ambientais consideram as conclusões do estudo um sinal de alerta claro e pedem a proibição imediata de pesticidas PFAS e gases fluorados.

Atualmente, o TFA não possui regulamentação específica na Europa, uma vez que seus efeitos à saúde ainda são pouco conhecidos, embora haja suspeitas de toxicidade. As entidades do coletivo aguardam uma decisão dos países da União Europeia sobre a proposta da Comissão Europeia para proibir o flutolanil, um pesticida PFAS que gera TFA.