24 de abr 2025
Demência provoca perda de reconhecimento e crises emocionais entre cuidadores
Cuidar de um ente querido com demência traz desafios emocionais profundos, incluindo momentos de não reconhecimento que impactam a identidade familiar.
Cuidadores sofrem quando entes queridos com demência não os reconhecem mais. (Foto: Jen Hsieh/The New York Times)
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Sara Stewart, advogada de 59 anos, enfrenta os desafios emocionais da demência de sua mãe, Barbara Cole, de 86 anos, que começou a apresentar sinais da doença após pequenos derrames. O relato destaca momentos de não reconhecimento entre mãe e filha, evidenciando a luta dos cuidadores.
Barbara, que vive em Bar Harbor, Maine, permaneceu em sua casa com apoio de cuidadores e familiares. Contudo, em uma visita em 2014, fez uma pergunta que marcou Sara: "De onde nos conhecemos? Foi da escola?". Esse momento gerou uma profunda tristeza, refletindo a realidade de muitos cuidadores que enfrentam a perda de reconhecimento de seus entes queridos.
A demência, que inclui a doença de Alzheimer, provoca uma série de perdas emocionais. Alison Lynn, diretora de serviço social do Penn Memory Center, explica que esses momentos de não reconhecimento podem levar a crises existenciais. Um estudo recente revelou que filhos de pacientes com demência frequentemente se sentem culpados e questionam seu papel na vida dos pais.
A terapeuta familiar Pauline Boss destaca que a ausência psicológica, como o não reconhecimento, é uma forma de "perda ambígua". Essa situação gera um luto complicado, pois a pessoa ainda está viva, mas psicologicamente ausente. Os cuidadores muitas vezes buscam apoio em grupos, que oferecem um espaço para compartilhar experiências e aliviar a carga emocional.
Pesquisadores também identificaram o fenômeno da "lucidez paradoxal", onde pacientes com demência podem, por breves momentos, recuperar a clareza mental. Sara teve uma experiência assim meses antes da morte de sua mãe, quando Barbara a chamou pelo nome, um gesto que trouxe alegria em meio à dor da doença.
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