28 de abr 2025
Estudo revela ligação entre análogos de GLP-1 e risco de depressão em pacientes específicos
Estudo revela que análogos de GLP 1 podem aumentar risco de depressão em pacientes com hipodopaminergia, exigindo cautela na prescrição.
Ozempic e semelhantes são utilizados para diabetes tipo 2 e obesidade. (Foto: FreePik)
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Um estudo internacional publicado na revista Current Neuropharmacology sugere uma possível ligação entre os análogos de GLP-1, como liraglutida e semaglutida, e um aumento no risco de depressão e ideação suicida em pacientes com hipodopaminergia. Os pesquisadores, de instituições dos Estados Unidos, Brasil, Irã e Israel, identificaram associações genéticas que podem explicar essa relação.
Os análogos de GLP-1 são amplamente utilizados no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade, com um crescimento de 663% nas vendas no Brasil entre 2018 e janeiro de 2024, segundo a IQVIA Brasil. Apesar da popularidade, a crescente utilização desses medicamentos levanta preocupações sobre possíveis efeitos adversos. O professor Kenneth Blum, líder do estudo, alerta que o uso crônico pode desregular a sinalização de dopamina em pacientes com função dopaminérgica reduzida, aumentando o risco de sintomas depressivos.
Cautela na Prescrição
Mark S. Gold, psiquiatra e coautor do estudo, enfatiza a necessidade de reavaliar o uso generalizado desses medicamentos. Ele sugere que as autoridades devem considerar as descobertas para ajustar a rotulagem e o monitoramento dos análogos de GLP-1. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também iniciou uma análise em 2023, embora estudos anteriores não tenham encontrado uma relação direta entre o uso desses medicamentos e o aumento do risco de depressão na população em geral.
Pesquisas adicionais, como a realizada pelo Instituto Karolinska, na Suécia, com dados de 300 mil adultos, não indicaram um risco aumentado entre usuários de análogos de GLP-1. No entanto, especialistas sugerem que testes genéticos podem ser uma estratégia útil para identificar pacientes com maior risco antes da prescrição desses medicamentos. A farmacovigilância continuará a monitorar novos dados sobre os efeitos dos análogos de GLP-1.
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