29 de abr 2025
Agricultura familiar transforma realidade alimentar em Betânia do Piauí
Projeto de hortaliças orgânicas em Betânia do Piauí transforma a realidade alimentar de 45 famílias, destacando a força da agricultura familiar.
Agricultora Ana Leide Carvalho da Silva superou uma depressão após a Quitanda dos Quintais. (Foto: Gustavo Wanderley/g1)
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O município de Betânia do Piauí, considerado um deserto alimentar, tem enfrentado a insegurança alimentar, mesmo sendo parte de um país que é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Um projeto de plantio de hortaliças orgânicas, iniciado pela ONG Instituto Novo Sertão, trouxe melhorias significativas para a alimentação e a renda de quarenta e cinco famílias da região.
A iniciativa, que começou em 2019, utiliza técnicas de cultivo que demandam pouco uso de água e não empregam agrotóxicos. Essas práticas têm sido fundamentais para enfrentar as condições adversas do semiárido, onde a escassez de água é um desafio constante. O projeto, denominado Quintais Produtivos, tem possibilitado que os agricultores locais cultivem hortaliças em seus quintais, promovendo a diversidade alimentar e gerando renda.
Em Betânia, a situação da alimentação era crítica. Em 2010, o município registrou um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Piauí. A população, em sua maioria, tinha acesso limitado a alimentos saudáveis, dependendo de produtos ultraprocessados. A ONG tem coletado os produtos das casas dos agricultores para levá-los à feira local, chamada Quitanda dos Quintais, que fatura entre R$ 4 mil e R$ 5 mil por mês.
O projeto também se beneficia de políticas públicas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que conecta pequenos agricultores a canais de venda. Embora o PAA tenha sofrido cortes orçamentários nos últimos anos, o governo federal planeja aumentar o número de agricultores beneficiados de oitenta e cinco mil em 2025 para noventa e cinco mil em 2027.
A agricultura familiar, responsável por sessenta e dois por cento da produção de hortaliças no Brasil, é vista como uma solução viável para a insegurança alimentar. O incentivo a esse modelo agrícola pode garantir uma alimentação mais nutritiva e acessível à população, especialmente em áreas vulneráveis como Betânia.
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