Crianças com diabetes tipo 1 enfrentam riscos elevados de doenças autoimunes e problemas mentais

Crianças com diabetes tipo 1 enfrentam desafios adicionais com doenças autoimunes e saúde mental

Estudos recentes revelam que a prevalência de celíaca entre crianças com diabetes tipo 1 é de 7,5%, um número significativamente maior que o da população geral, que é de cerca de 1%. A diabetes tipo 1, uma condição autoimune comum em crianças e adolescentes, frequentemente se associa a outras doenças autoimunes, como a celíaca e problemas na tireoide.

A especialista Belén Roldán, da Unidade de Endocrinologia e Diabetes Pediátrica do Hospital Ramón e Cajal, apresentou dados em um congresso da Sociedade Espanhola de Diabetes. A pesquisa acompanhou quatrocentas e noventa crianças entre seis meses e dezoito anos, revelando que 54,1% dos diagnósticos de celíaca ocorreram no primeiro ano após o diagnóstico de diabetes tipo 1. Roldán destaca que essa carga adicional complica a rotina alimentar das famílias, que precisam adaptar suas dietas para evitar o glúten.

Além das questões físicas, a saúde mental dos jovens também é uma preocupação crescente. Um estudo revelou que adolescentes com diabetes tipo 1 têm uma probabilidade 48% maior de desenvolver ansiedade em comparação com seus pares sem a doença. A responsável pela Unidade de Diabetes do Hospital Regional de Málaga, Marisol Ruiz de Adana, afirma que 32% dos adolescentes analisados apresentaram ansiedade moderada a severa e 34% mostraram sintomas depressivos.

Novos tratamentos e desafios

A introdução de novos tratamentos, como o teplizumab, oferece esperança, pois pode retrasar o desenvolvimento da diabetes tipo 1 em até dois anos. Contudo, apenas 10% dos pacientes têm familiares diretos com a doença, o que representa um desafio significativo para a identificação precoce e prevenção em outros casos.

Os especialistas ressaltam a importância de integrar psicólogos nas equipes de diabetes, pois a saúde mental é crucial para o controle da doença. Transtornos alimentares também são mais comuns entre esses pacientes, com um metaanálise indicando que um em cada quatro pacientes maiores de dezesseis anos apresenta sintomas relacionados.

Campamentos de verão têm se mostrado eficazes para ajudar crianças e adolescentes a normalizar rotinas de autocuidado, melhorando tanto o controle da glicemia quanto a qualidade de vida. Estudos indicam que esses eventos aumentam a autoestima e o bem-estar emocional dos participantes, além de reduzir a carga emocional sobre os pais.