Mudanças climáticas ameaçam a sobrevivência da ilha de St. Paul no Alasca

A ilha de St. Paul, localizada no mar de Bering, enfrenta uma grave crise ambiental e econômica devido às mudanças climáticas. Recentemente, a ilha registrou a morte de quatro milhões de araus-comuns e dez bilhões de caranguejos-da-neve, resultando no fechamento da usina de processamento de caranguejos, essencial para a economia local.

Os residentes, que somam apenas 338 pessoas, enfrentam dificuldades crescentes. O aquecimento das águas tem causado a diminuição de populações de peixes e aves, além de expor a costa a tempestades mais severas. A usina da Trident Seafoods, que antes era a principal fonte de emprego e receita, fechou suas portas há três anos, levando a uma queda de 60% nos fundos da cidade e à dissolução da força policial local.

A situação se agrava com o aumento dos preços dos alimentos. No único supermercado da ilha, uma cartela de ovos chega a custar R$ 14,66. A comunidade, que já foi vibrante, agora se vê em silêncio, com a matrícula escolar reduzida de mais de 100 alunos para 52. O administrador da cidade, Phil Zavadil, também acumula funções como diretor de segurança pública, refletindo a escassez de recursos.

O impacto das mudanças climáticas é evidente. O gelo marinho, que costumava cercar a ilha, raramente aparece, resultando em erosão costeira. O climatologista Brian Brettschneider aponta que a temperatura média do mar de Bering aumentou 1,3°C desde 1940. A pesca, que antes era abundante, agora enfrenta incertezas, com a recuperação do caranguejo-das-neves sendo incerta.

A situação em St. Paul é um exemplo claro de como as mudanças climáticas podem desestabilizar comunidades inteiras. Os moradores, que dependem da pesca e da caça, agora se veem forçados a reconsiderar seu futuro em uma ilha que já foi um próspero centro de atividade econômica.