08 de mai 2025
Mais da metade das pessoas com HIV no Brasil enfrentam discriminação, revela pesquisa
Discriminação contra pessoas vivendo com HIV no Brasil persiste, com 52,9% relatando experiências negativas, exigindo urgência em políticas públicas.
Brasil tem redução na mortalidade por Aids (Foto: Freepik)
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No Brasil, 52,9% das pessoas vivendo com HIV relataram ter sofrido discriminação, segundo pesquisa da UNAIDS Brasil divulgada em Brasília nesta quinta-feira (8). O estudo, realizado em 2024, revela que 13,1% dos entrevistados enfrentaram tratamento discriminatório em serviços de saúde. A pesquisa destaca que o estigma continua a ser uma barreira significativa para o acesso a cuidados e serviços.
Os dados mostram que 34,8% dos participantes sofreram comentários discriminatórios dentro de seus círculos familiares, enquanto 38,8% relataram experiências semelhantes fora desse ambiente. Além disso, 22,3% foram excluídos de atividades sociais, familiares ou religiosas. Apesar de uma leve redução em comparação a 2018, quando 64,1% relataram discriminação, o estigma persiste como um desafio.
Impactos da Pandemia e Crises Climáticas
A pesquisa também abordou os efeitos da pandemia de Covid-19 e das crises climáticas. Após eventos climáticos extremos, 82,1% das pessoas vivendo com HIV não recuperaram sua renda familiar. 20,5% enfrentaram dificuldades para obter medicamentos e 27,3% tiveram consultas médicas canceladas. Além disso, 47,2% dos entrevistados receberam diagnóstico positivo para Covid-19.
O estudo revela que 29,1% dos participantes apresentaram sintomas de depressão e 41,2% relataram sintomas de ansiedade relacionados ao estigma. A discriminação não apenas afeta a saúde física, mas também a saúde mental dessa população.
Necessidade de Políticas Públicas
Andrea Boccardi, diretora da UNAIDS Brasil, enfatiza a urgência de políticas públicas que garantam o direito ao sigilo e promovam o acesso igualitário à saúde. A Lei Federal nº 14.289, de 2022, assegura o sigilo sobre a condição de pessoas vivendo com HIV, mas muitos ainda relatam que seu estado sorológico foi divulgado sem consentimento.
O Brasil ocupa a quarta posição em um ranking global de estigma, atrás de Canadá, Portugal e África do Sul. O levantamento foi realizado com 1.275 pessoas em sete capitais brasileiras e contou com o apoio de diversas organizações. A luta contra o estigma e a promoção de direitos são essenciais para melhorar a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV no país.
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