21 de jan 2025
Avanços no combate ao HIV ameaçados por retrocessos políticos e sociais
Avanços na ciência do HIV incluem injeções que protegem por seis meses. O PEPFAR enfrenta desmantelamento, ameaçando acesso a medicamentos vitais. Leis antigay em Uganda e a Política de Mordaza Global agravam a epidemia. Direitos humanos são essenciais na luta contra o HIV e na saúde pública. A falta de financiamento e apoio à sociedade civil prejudica a resposta ao HIV.
"Ativistas nepaleses celebram uma vigília com velas na véspera do Dia da AIDS em Catmandu, Nepal, em 30 de novembro de 2023. (Foto: NurPhoto via Getty Images)"
Ouvir a notícia:
Avanços no combate ao HIV ameaçados por retrocessos políticos e sociais
Ouvir a notícia
Avanços no combate ao HIV ameaçados por retrocessos políticos e sociais - Avanços no combate ao HIV ameaçados por retrocessos políticos e sociais
Os avanços na ciência do HIV têm sido significativos, com uma nova injeção de ação prolongada que pode oferecer proteção por até seis meses com uma única dose. Essa inovação é crucial em um cenário onde o HIV ainda causa uma morte a cada minuto. No entanto, o crescimento do populismo e políticas regressivas ameaçam esses progressos, especialmente nos Estados Unidos, onde o PEPFAR, um programa vital que salvou cerca de 25 milhões de vidas nas últimas duas décadas, enfrenta ataques que podem comprometer o acesso a medicamentos essenciais.
A pesquisa sobre HIV também está sob pressão, com legisladores questionando a validade de décadas de estudos revisados por pares. Robert F. Kennedy Jr., indicado para um cargo de saúde, é um crítico das vacinas e nega a relação entre HIV e AIDS, o que levanta preocupações sobre a desvalorização da ciência em níveis governamentais. Além disso, as restrições aos direitos humanos continuam a dificultar a resposta ao HIV, especialmente em países como Uganda, que aprovou uma das leis antigay mais severas do mundo, contribuindo para o aumento das taxas de HIV.
A proteção dos direitos humanos é vista como uma estratégia de saúde pública eficaz. Leis punitivas e políticas discriminatórias prejudicam as populações mais vulneráveis, como a comunidade LGBTQ+, trabalhadores migrantes e pessoas que usam drogas. O fortalecimento das organizações da sociedade civil, que desempenham um papel crucial na resposta ao HIV, é essencial. No entanto, mais de 50 países impõem restrições à financiamento estrangeiro, o que compromete iniciativas de combate ao HIV.
A falta de financiamento e a desigualdade global em saúde são desafios persistentes. A reintrodução da Política de Mordaza Global, que limita o financiamento a organizações que oferecem serviços de aborto, pode resultar em um aumento significativo de novas infecções por HIV. Com os EUA contribuindo com dois terços do financiamento internacional para o HIV, essa política pode ser devastadora. O progresso no combate ao HIV depende da colaboração entre ciência, política e sociedade civil, e é fundamental resistir a movimentos que ameaçam esses avanços.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.