12 de mai 2025
Cerca de 50 mil médicos formados em universidades com notas baixas no MEC
Governo propõe novas avaliações para cursos de Medicina, enquanto CFM defende exame obrigatório para a prática profissional.
A quantidade de vagas em Medicina duplicou nos últimos dez anos (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Desde 2013, quase 50 mil médicos formados em universidades com notas baixas no Ministério da Educação (MEC) geram preocupações sobre a qualidade da formação no Brasil. O governo federal anunciou novas medidas para avaliar cursos de Medicina, incluindo uma prova anual para formandos e um exame obrigatório proposto pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Dados do Censo da Educação Superior e do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) revelam que, em uma década, 229.667 médicos se formaram no Brasil, sendo 49.336 deles oriundos de instituições com notas 1 e 2 no Enade. O ensino de Medicina, que movimenta um mercado bilionário, enfrenta críticas devido à qualidade dos cursos e à distribuição desigual de profissionais.
O crescimento do número de estudantes em Medicina dobrou nos últimos dez anos, com mensalidades médias de R$ 9 mil. A tentativa do governo de limitar a abertura de novos cursos em 2018 gerou uma série de liminares judiciais, resultando em mais vagas autorizadas. O Supremo Tribunal Federal decidiu que o crescimento deve respeitar as regras do programa Mais Médicos, priorizando áreas com déficit de profissionais.
Novas Medidas de Avaliação
Recentemente, o MEC anunciou uma nova prova anual para formandos em Medicina. Embora o desempenho não esteja vinculado ao diploma, a avaliação poderá facilitar o acesso a residências médicas. O CFM, por sua vez, discute um projeto de lei que estabeleceria um exame obrigatório para o exercício da profissão, semelhante ao que ocorre com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Contudo, há divergências sobre essa proposta. Críticos afirmam que a exigência de um exame pode limitar a autonomia das instituições de ensino e criar uma reserva de mercado. A discussão sobre o modelo ideal de avaliação e formação médica é urgente, especialmente considerando que 50 mil formandos em cursos de baixa qualidade já atuam no país. A situação exige atenção para garantir a saúde pública no futuro.
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