16 de mai 2025
Práticas sustentáveis ajudam na recuperação de solos afetados por deslizamentos no RS
Práticas sustentáveis podem acelerar a recuperação dos solos no Rio Grande do Sul, após deslizamentos que devastaram a agricultura.
Plantas de cobertura em vinhedos na Serra Gaúcha, após as chuvas de 2024 (Foto: Allan Augusto Kokkonen/arquivo pessoal)
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Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) revelaram que os deslizamentos de terra ocorridos em maio de 2024 no Rio Grande do Sul resultaram em uma perda de 85% do estoque de carbono em solos agrícolas da serra gaúcha. O governo estadual anunciou um programa de recuperação com R$ 900 milhões para restaurar a fertilidade do solo.
As técnicas de recuperação incluem o uso de plantas de cobertura e compostos orgânicos, que não dependem de fertilizantes químicos. O estudo analisou solos em Bento Gonçalves, Pinto Bandeira e Veranópolis, áreas com grande produção de frutas. Os pomares e vinhedos afetados apresentaram apenas 0,6% de matéria orgânica, enquanto os não afetados tinham 3,9%. As áreas de vegetação nativa mostraram 6,8%, indicando uma significativa degradação dos solos.
Gustavo Brunetto, coordenador do estudo, destacou que a recuperação dos nutrientes pode levar até 40 anos se nenhuma ação for tomada. No entanto, a adoção de práticas sustentáveis pode reduzir esse tempo para cerca de 13 anos. O uso de plantas de cobertura, como aveia e azevém, é essencial para aumentar a fertilidade e proteger o solo durante chuvas intensas.
A agricultora Rubiane da Campo, que cultiva pêssegos em Pinto Bandeira, relatou os danos severos causados pelos deslizamentos, que comprometeram a estrutura do solo. Ela planeja intensificar o uso de plantas de cobertura para melhorar a qualidade do solo e aumentar a retenção de água.
A Emater (Associação de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural) informou que as chuvas de 2024 afetaram a fertilidade de mais de 3 milhões de hectares no estado, área equivalente a quase 20 vezes o tamanho de São Paulo. O programa de recuperação aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul prevê repasses de até R$ 30 mil por propriedade, com início das ações em até 30 dias.
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