Saúde

Prisão de Murcia revela condições alimentares precárias de presos políticos na ditadura

Documentos revelam a evolução da alimentação na Prisión Provincial de Murcia, destacando melhorias a partir de 1971 após anos de escassez.

Javier Castillo, diretor do Arquivo Regional de Murcia, mostra onde são guardados alguns dos documentos, na segunda-feira, 12 de maio. (Foto: ALFONSO DURAN)

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Documentos recentes revelam a alimentação dos presos na Prisión Provincial de Murcia durante a ditadura de Franco. A pesquisa mostra que, em 1945, os 508 reclusos recebiam apenas 200 gramas de pão, 300 gramas de cebola, 80 gramas de carne e 30 gramas de arroz. Os prisioneiros enfermos tinham acesso a um pouco mais, como dois ovos e um pedaço de merluza.

A situação alimentar começou a melhorar a partir de 1971. Nesse período, a dieta dos presos passou a incluir carnes como costelas de porco, frango e bacalhau. Documentos encontrados durante obras de reabilitação da antiga prisão, conhecida como Cárcel Vieja de Murcia, detalham as variações na alimentação ao longo dos anos.

O diretor do Arquivo Regional de Murcia, Javier Castillo, explica que já existiam cerca de 40 documentos sobre a alimentação dos presos, mas a nova documentação traz informações inéditas sobre os produtos utilizados na cozinha. Os registros mostram que a base da alimentação era composta por pão, batatas, cebolas e feijões.

Historiadores como Antonio Martínez Ovejero alertam que os documentos podem não refletir a realidade da alimentação dos presos, especialmente nos anos iniciais após a Guerra Civil. A escassez de alimentos era extrema, e muitos prisioneiros enfrentavam desnutrição severa. Em 1942, por exemplo, a prisão registrou a falta de farinha, o que impediu a distribuição de pão.

A situação começou a melhorar após 1945, quando Franco indultou muitos presos políticos. Em 1968, a população carcerária já havia diminuído significativamente. Nos anos setenta, a alimentação dos reclusos saudáveis custava 21,75 pesetas por dia, enquanto os enfermos recebiam um pouco mais, 34 pesetas. A documentação disponível no Arquivo Regional permite uma análise mais aprofundada sobre a dura realidade vivida pelos prisioneiros durante a ditadura.

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