23 de mai 2025

Censo aponta marginalização e exclusões de pessoas com deficiência no Brasil
Dados do IBGE revelam que 19,3% das pessoas com deficiência vivem sem banheiro e 21,3% são analfabetas. A situação exige políticas públicas urgentes.
Foto:Reprodução
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O IBGE divulgou dados sobre a população com deficiência no Brasil, revelando que 7,3% da população convive com alguma deficiência, com predominância entre mulheres e pessoas de pele preta ou parda. Os números, que foram apresentados após adiamentos, mostram que 19,3% das pessoas com deficiência vivem em casas sem banheiro e que o analfabetismo atinge 21,3% desse grupo, uma taxa quatro vezes maior do que a registrada entre pessoas sem deficiência.
Esses dados evidenciam os desafios sociais enfrentados por esse grupo. A maioria das pessoas com deficiência é composta por mulheres, indivíduos entre 60 e 69 anos e pessoas de pele preta ou parda. Em áreas como Paraisópolis, em São Paulo, a falta de acessibilidade é uma realidade enfrentada por famílias, como a de Luzia Andrade da Costa, que cuida do filho Richard, que possui deficiência.
Desigualdades e Interseccionalidade
A pesquisa também revela a interseccionalidade, onde a deficiência se sobrepõe a outras formas de desigualdade, como racismo e questões de gênero. 8,6% da população com deficiência é nordestina, e o capacitismo, que ainda não é amplamente compreendido no Brasil, intensifica esses estigmas. Além disso, apenas 549 mil trabalhadores com deficiência têm carteira assinada, sendo 63% homens e 49% brancos.
Recentemente, o governo federal endureceu as regras para o BPC (Benefício de Prestação Continuada), afetando muitos beneficiários com comprometimentos físicos, sensoriais ou intelectuais. Embora a presença de alunos com deficiência nas escolas regulares tenha aumentado, persiste a discussão sobre a adequação das salas de aula inclusivas e a capacitação de professores.
Necessidade de Políticas Públicas
Os dados do IBGE ressaltam que a deficiência no Brasil está ligada a múltiplas camadas de exclusão social. A luta por acessibilidade vai além de rampas e tecnologia assistiva; é essencial reconhecer que a deficiência é um problema social que demanda políticas públicas específicas e ações coordenadas para melhorar as condições de vida desse grupo.
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