Laboratório de estudos sobre poluição do ar é fechado pelo governo dos EUA

O Laboratório de Estudos Humanos da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), localizado na Universidade da Carolina do Norte, está sendo fechado pela administração do presidente Donald Trump. A decisão, que interrompe o financiamento e as operações do laboratório, levanta preocupações sobre a capacidade de regulamentar a poluição do ar no país.

O laboratório, que possui nove câmaras seláveis, é essencial para a pesquisa sobre os efeitos da fumaça de incêndios florestais e dos gases de escape de veículos na saúde humana. Cientistas alertam que a interrupção das atividades do laboratório comprometerá a coleta de dados fundamentais para a formulação de normas de qualidade do ar. Dan Costa, ex-toxicólogo da EPA, destacou que "praticamente todos os padrões de qualidade do ar que temos hoje são baseados em evidências desse laboratório".

A Administração Geral de Serviços dos Estados Unidos, responsável pela gestão de propriedades federais, cancelou o contrato de locação do laboratório em fevereiro. A EPA, que opera o local, está se retirando da instalação de ponta. A decisão de não renovar o contrato ocorre em um contexto de redução do tamanho do governo federal, com a administração já tendo encerrado 563 contratos de locação que totalizam US$ 262 milhões.

O orçamento anual do laboratório, que foi inaugurado em mil novecentos e noventa e cinco, variava entre US$ 3 milhões e US$ 4 milhões nos últimos anos. Um recente projeto de orçamento da Casa Branca propõe um corte de mais da metade do orçamento da EPA para o ano fiscal de dois mil e vinte e seis. Fontes internas da agência indicam que o financiamento já foi interrompido, afetando o principal braço científico da EPA, o Escritório de Pesquisa e Desenvolvimento.

Os experimentos realizados no laboratório têm sido cruciais para entender como a poluição afeta a saúde humana. Pesquisadores têm utilizado voluntários para testar os efeitos de partículas finas e outros poluentes em um ambiente controlado, fornecendo dados que não podem ser obtidos por estudos epidemiológicos ou experimentos com animais. Sem esses dados experimentais, será mais difícil para a EPA desenvolver regulamentações de segurança eficazes.