26 de mai 2025

Bactérias influenciam tendências e cuidados na moda sustentável
Estudo revela que a Borrelia recurrentis, causadora da febre recorrente, pode ter se adaptado a humanos com o uso de roupas de lã.
Foto:Reprodução
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A Evolução da Borrelia recurrentis e o Impacto das Roupas de Lã
Um estudo recente revela que a Borrelia recurrentis, bactéria causadora da febre recorrente transmitida por piolhos, pode ter se especializado em humanos devido à introdução de roupas de lã, há 5 a 6 mil anos. Essa descoberta lança nova luz sobre a relação entre a evolução das doenças e as práticas culturais.
Historicamente, a agricultura e a domesticação de animais foram associadas à disseminação de doenças bacterianas, como a doença de Lyme, transmitida por carrapatos. No entanto, a pesquisa publicada na revista Science sugere que a Borrelia recurrentis pode ter encontrado um novo vetor com o uso de lã. A bactéria, que infecta exclusivamente humanos, se transmite principalmente por piolhos da pele, e raramente pelos piolhos do couro cabeludo.
Os pesquisadores analisaram DNA de bactérias em esqueletos de pessoas que viveram no Reino Unido nos últimos 5 mil anos. A análise permitiu isolar DNA ancestral da bactéria e reconstruir seu genoma, revelando que a Borrelia recurrentis provavelmente se transmitia por carrapatos antes de migrar para piolhos, infectando apenas humanos. O período de transição coincide com a Era de Bronze, quando o uso de lã se tornou comum.
A Coevolução de Patógenos e Hospedeiros
Durante a especialização, a bactéria perdeu genes e reduziu seu genoma, um fenômeno comum em organismos que se adaptam a novos hospedeiros. Essa adaptação pode ser vista como uma vantagem evolutiva, pois permite que a bactéria economize energia ao não manter genes desnecessários. O estudo destaca como a urbanização e o contato próximo entre pessoas também contribuíram para a disseminação da doença.
Os sintomas da febre recorrente incluem dores de cabeça intensas e febres altas e recorrentes. Se não tratada, a doença pode causar danos a órgãos internos e até a morte. Atualmente, a febre recorrente é endêmica em regiões como Etiópia, Somália e Sudão, onde a infecção ainda representa um desafio à saúde pública.
Essa pesquisa não apenas elucida a história da Borrelia recurrentis, mas também exemplifica a complexa interação entre fatores culturais e a evolução de patógenos. A descoberta reforça a importância de entender como as práticas humanas influenciam a dinâmica das doenças ao longo da história.
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