26 de mai 2025
Incêndios florestais expõem bilhões a riscos de saúde mesmo em ambientes fechados
Mais de um bilhão de pessoas foram expostas a ar insalubre em ambientes fechados devido a incêndios florestais entre 2003 e 2022.
Vista da cidade de São Paulo envolta em fumaça dos incêndios florestais na Amazônia. (Foto: Carlos Fabal - 9.set.24/AFP)
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Incêndios florestais têm se tornado uma preocupação global, impactando a qualidade do ar e a saúde pública, especialmente em países de baixa renda. Uma pesquisa publicada na revista Science Advances revela que mais de um bilhão de pessoas foram expostas a ar insalubre em ambientes fechados devido à fumaça de incêndios entre 2003 e 2022.
Os pesquisadores descobriram que, embora os ambientes internos sejam geralmente mais seguros que os externos, a fumaça pode infiltrar-se em casas e edifícios. Cerca de um em cada oito habitantes do planeta enfrentou essa situação anualmente. A fumaça contém partículas finas, conhecidas como PM2,5, que podem causar doenças respiratórias e aumentar a mortalidade.
Desigualdade no Acesso a Soluções
Purificadores de ar e isolamento adequado podem ajudar a mitigar os riscos, mas são caros e inacessíveis para muitos. O estudo aponta que os países mais afetados são predominantemente de baixa renda na África Central. Os autores destacam que a distribuição desigual de recursos pode agravar as injustiças sociais, expondo os mais pobres a riscos maiores.
O relatório da Associação Americana do Pulmão de 2025 indica que 25 milhões de pessoas a mais nos Estados Unidos respiraram ar insalubre no ano anterior, em parte devido a incêndios florestais. A pesquisa enfatiza que as pessoas passam mais de oitenta por cento do tempo em ambientes fechados, tornando a qualidade do ar interno crucial.
Custos e Políticas Necessárias
Os pesquisadores estimaram que garantir que cada casa mantenha as concentrações de PM2,5 abaixo de 5 microgramas por metro cúbico poderia custar mais de US$ 4 trilhões globalmente. Apenas mitigar a poluição causada por incêndios florestais custaria mais de US$ 68 bilhões. A África teria o maior custo por pessoa.
A professora Yifang Zhu, da Universidade da Califórnia, Los Angeles, ressalta a necessidade de assistência governamental para subsidiar purificadores de ar, especialmente em países de baixa renda. "As pessoas têm o direito de respirar ar limpo dentro de suas casas," afirma.
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