Saúde

Incêndios no cerrado devastam 20 milhões de hectares de vegetação nativa entre 2003 e 2020

Cerrado enfrenta aumento alarmante de incêndios, com 20 milhões de hectares afetados entre 2003 e 2020. Urgência em políticas de prevenção é crucial.

Área de cerrado queimada por incêndio florestal próximo à comunidade quilombola do Prata, na região do Jalapão, em São Félix do Tocantins, no Tocantins. (Foto: Lalo de Almeida - 1º abr. 24/Folhapress)

Área de cerrado queimada por incêndio florestal próximo à comunidade quilombola do Prata, na região do Jalapão, em São Félix do Tocantins, no Tocantins. (Foto: Lalo de Almeida - 1º abr. 24/Folhapress)

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Incêndios no Cerrado: Estudo Revela Impactos Alarmantes do Desmatamento

Um novo estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) revela que 20 milhões de hectares de vegetação nativa no cerrado foram afetados por incêndios entre 2003 e 2020. A pesquisa, realizada em parceria com instituições internacionais, mostra que apenas 7% dos incêndios iniciados em áreas desmatadas permaneceram dentro dos limites dessas regiões. O estudo destaca que o fogo se espalha para áreas de mata nativa, aumentando a devastação.

Os dados indicam que, em 2024, o cerrado registrou um aumento de 60% nos focos de incêndio em comparação a 2023, com 81.432 ocorrências. A maior parte das áreas queimadas, cerca de 14,7 milhões de hectares, pertence a propriedades privadas, que perderam 27% de sua vegetação nativa devido a incêndios relacionados ao desmatamento. Áreas públicas e terras indígenas também foram afetadas, com 1,4 milhão e 1,2 milhão de hectares queimados, respectivamente.

Efeitos Indiretos do Desmatamento

Ana Carolina Pessôa, pesquisadora do Ipam, afirma que o efeito indireto do desmatamento, que potencializa a destruição pelo fogo, muitas vezes não é contabilizado. O fogo é frequentemente utilizado para preparar o solo para plantio ou pastagem, mas sua frequência e intensidade, provocadas por ações humanas, alimentam as mudanças climáticas e aceleram a perda da biodiversidade.

O estudo considerou incêndios iniciados dentro ou em até 1 km de áreas desmatadas, ocorridos até dois anos após a conversão da vegetação. A pesquisadora destaca que, embora o manejo do fogo seja parte do ciclo natural do cerrado, a alteração desse ciclo devido à ação humana gera um ambiente mais propenso a novos focos de incêndio.

Urgência de Políticas de Prevenção

Os dados do estudo devem ser utilizados para fortalecer ações de combate ao desmatamento e para a elaboração de políticas públicas de prevenção de incêndios e manejo do fogo. A pesquisadora ressalta a necessidade de ações de adaptação climática, uma vez que o ciclo natural do fogo no cerrado já foi alterado, ameaçando o modo de vida das comunidades tradicionais.

O cenário atual exige uma abordagem preventiva, que considere não apenas o território, mas também as pessoas que vivem na região. O manejo do fogo deve ser adaptado às particularidades locais para evitar a propagação de incêndios e proteger a biodiversidade do cerrado.

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