Gourmetização dos esteroides anabolizantes gera preocupações na saúde pública

O uso de esteroides anabolizantes por pessoas saudáveis está se tornando cada vez mais comum, com profissionais de saúde promovendo sua segurança. Essa mudança de percepção ocorre em um contexto onde a prática, antes vista com desconfiança, é agora normalizada.

Médicos têm defendido o uso de esteroides, criando pseudoespecialidades como modulação hormonal e hormonologia, que conferem uma aparência científica à prática. Essa abordagem tem gerado um discurso que minimiza os riscos associados ao uso indiscriminado dessas substâncias.

Embora a testosterona desempenhe funções importantes no organismo, como a regulação da massa muscular e da libido, seu uso em doses elevadas pode resultar em sérios efeitos adversos. Entre os riscos estão problemas cardíacos, aumento do colesterol, danos ao fígado e até maior probabilidade de câncer.

A mortalidade entre usuários de esteroides é três vezes maior do que entre não usuários. Profissionais que promovem o uso seguro frequentemente alegam que os efeitos adversos são resultado de prescrições inadequadas, desconsiderando os riscos inerentes ao abuso dessas substâncias.

A comparação com a indústria do tabaco é pertinente, pois ambos os casos envolvem a desqualificação de evidências científicas. A falta de estudos experimentais que comprovem a causalidade entre o uso de esteroides e seus efeitos adversos é frequentemente utilizada como argumento por defensores dessa prática.

Apesar de alguns médicos apoiarem o uso de esteroides, a maioria dos profissionais de saúde respeita a ciência e não endossa essa prática. Para aqueles que utilizam esteroides e desejam parar, é recomendado buscar ajuda de um médico qualificado, preferencialmente um endocrinologista.