31 de mai 2025
Veterinários enfrentam dilemas éticos ao prolongar a vida de pets em sofrimento
A resistência à eutanásia e dilemas éticos entre tutores e veterinários crescem com a longevidade dos pets, exigindo decisões difíceis.
Cão da raça Buldogue. (Foto: Arquivo Pessoal)
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O avanço dos cuidados veterinários tem contribuído para a longevidade dos animais de estimação, com muitos vivendo até 20 anos. No entanto, essa extensão da vida levanta dilemas éticos, especialmente em relação à eutanásia. Especialistas destacam a importância de avaliar a qualidade de vida dos pets e a necessidade de decisões difíceis.
Casos de resistência à eutanásia têm se tornado comuns. O professor Manoel Pereira de Araújo enfrentou essa situação com seus cães, Haron e Amy. Após tratamentos complexos e caros, Amy não sobreviveu a um câncer, deixando uma conta de R$ 30 mil. Quando Haron adoeceu, a veterinária sugeriu a eutanásia, mas Manoel teve dificuldade em aceitar a decisão.
A oncologista veterinária Juliana Cirillo observa que muitos tutores têm dificuldade em aceitar a morte de seus animais. No Brasil, 94% dos tutores consideram seus pets membros da família. A pesquisa também revela que 90% dos entrevistados afirmam que a saúde mental melhorou com a presença de um animal de estimação. Contudo, 10% dos tutores gastam mais de R$ 1 mil por mês com cuidados.
A resistência à eutanásia é um desafio para veterinários. Juliana Cirillo recomenda um diálogo honesto com os tutores, enfatizando a necessidade de priorizar o bem-estar dos animais. A veterinária Ingrid Atayde reforça que a eutanásia pode ser um ato de amor, quando o sofrimento do animal é irreversível.
Os avanços na medicina veterinária, como quimioterapia e tratamentos paliativos, tornam a decisão ainda mais complexa. Veterinários enfrentam dilemas éticos ao lidar com tutores que optam por prolongar o sofrimento de seus pets. A professora Svenja Springer destaca que a questão não é apenas se os tratamentos são possíveis, mas se devem ser realizados.
A decisão sobre a eutanásia deve ser tomada em conjunto com um veterinário de confiança, considerando a qualidade de vida do animal. Sinais de sofrimento, como dor intensa e perda de apetite, indicam que a hora de avaliar a eutanásia pode ter chegado.
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