Saúde

Gates e outros financiadores tentam salvar banco de dados de saúde ameaçado por cortes

ONU e agências de ajuda buscam financiamento urgente para manter o Demographic and Health Surveys ativo após corte de recursos dos EUA.

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A Organização das Nações Unidas (ONU) e diversas agências de ajuda estão em uma corrida contra o tempo para salvar o Demographic and Health Surveys (DHS), um dos maiores bancos de dados de saúde pública do mundo. Em fevereiro, o governo dos Estados Unidos cortou todo o financiamento do programa, que coleta dados sobre saúde, nutrição e igualdade de gênero em mais de 90 países. Essa decisão ocorreu após a desarticulação da USAID, que apoiou o DHS por cerca de 40 anos, incluindo um subsídio de US$ 236 milhões concedido no ano passado.

Os dados do DHS são cruciais para monitorar indicadores de saúde, como HIV, mortalidade infantil e materna, e doenças como malária e tuberculose. Com aproximadamente 345 mil citações no Google Scholar, o DHS é considerado o programa de pesquisa domiciliar internacional mais citado do mundo. João Pedro Azevedo, estatístico-chefe da UNICEF, destaca que a interrupção do financiamento representa uma grande perda, pois muitos países dependem do DHS para obter dados confiáveis que informam políticas públicas.

Mobilização Internacional

Diante da crise, uma força-tarefa foi criada pela Comissão Estatística da ONU para avaliar como garantir o acesso contínuo ao banco de dados e buscar novas fontes de financiamento. Organizações como o Banco Mundial e a Fundação Gates estão envolvidas nesse esforço. Um porta-voz da Fundação Gates confirmou que estão explorando maneiras de manter o DHS ativo por pelo menos os próximos três anos, considerando-o um "bem público".

A força-tarefa também enfrenta o desafio de definir a propriedade dos dados, o que pode influenciar a participação de novos financiadores. O DHS foi subcontratado pela USAID à ICF International, que gerencia a coleta de dados e a plataforma online que hospeda o banco de dados. Atualmente, usuários já registrados mantêm acesso, mas novos usuários não conseguem solicitar dados. A ICF não divulgou publicamente seus planos para o banco de dados, levantando preocupações sobre possíveis cobranças futuras pelo acesso.

Haoyi Chen, membro de um grupo de trabalho da ONU, alerta que a falta de clareza sobre a propriedade dos dados pode complicar a situação. A continuidade do DHS é vital para a coleta de dados que orientam decisões de financiamento e políticas de saúde em várias nações.

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