Locustas revelam biossíntese de 4-vinilanisole e enzimas essenciais

Pesquisadores decifraram a biossíntese da feromona agregativa 4-vinilanisole (4VA) em gafanhotos migratórios, identificando duas metiltransferases, 4VPMT1 e 4VPMT2, como alvos para inibidores que podem reduzir a formação de enxames. A descoberta foi publicada recentemente e pode revolucionar o controle de pragas, que atualmente depende de pesticidas químicos, prejudiciais ao meio ambiente.

A 4VA é fundamental para a formação de enxames de gafanhotos, que causam devastação em áreas agrícolas. O controle dessas pragas é um desafio global, com a aplicação de centenas de milhares de toneladas de pesticidas anualmente, resultando em sérios problemas de saúde e ambientais. A pesquisa revela que a biossíntese de 4VA começa com a fenilalanina, um aminoácido derivado de plantas alimentares, passando por intermediários como o ácido cinâmico e o 4-vinilfenol.

Os cientistas descobriram que a conversão de 4-vinilfenol em 4VA, mediada pelas metiltransferases 4VPMT1 e 4VPMT2, é um passo crucial e exclusivo dos gafanhotos gregários. A manipulação da atividade dessas enzimas pode levar ao desenvolvimento de novos reguladores comportamentais, reduzindo a dependência de pesticidas químicos. Os testes mostraram que inibidores químicos podem bloquear a produção de 4VA, suprimindo o comportamento de agregação dos gafanhotos.

Além disso, a pesquisa sugere que a aplicação de compostos como o 4-nitrofenol pode ser uma estratégia eficaz para controlar a formação de enxames. Os resultados indicam que a inibição da produção de 4VA pode alterar o comportamento dos gafanhotos, tornando-os menos propensos a se agrupar. Essa abordagem oferece uma alternativa sustentável e inovadora para o manejo de pragas, com potencial para melhorar a segurança alimentar e proteger o meio ambiente.