Saúde

Percevejos e humanos mantêm relação de 245 mil anos de convivência mútua

Percevejos adaptaram se ao convívio humano há 245 mil anos e proliferaram com a urbanização, desafiando métodos de controle.

Percevejo sobre uma cama; segundo novo estudo, espécie acompanha os humanos há cerca de 245 mil anos (Foto: Mainely Photos/Adobe Stock)

Percevejo sobre uma cama; segundo novo estudo, espécie acompanha os humanos há cerca de 245 mil anos (Foto: Mainely Photos/Adobe Stock)

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Os percevejos (Cimex lectularius) mantêm uma relação de longa data com os humanos, que se estende por aproximadamente 245 mil anos. Um estudo recente, publicado na revista Biology Letters, revela que esses insetos, que se alimentam do sangue humano, originaram-se de morcegos e se adaptaram geneticamente ao convívio humano.

A pesquisa indica que, após um período de declínio, a população de percevejos começou a crescer exponencialmente há cerca de 13 mil anos, coincidente com a transição dos humanos para um estilo de vida sedentário. A urbanização, segundo a entomologista Lindsay Miles, da Virginia Tech, foi um fator crucial para o aumento da população de percevejos, que se beneficiaram da proximidade entre os humanos.

Os cientistas analisaram o DNA dos percevejos associados aos humanos e descobriram que essa relação é mais antiga do que a que temos com baratas ou ratos. Brian Verrelli, da Universidade Commonwealth da Virgínia, destacou que essa associação duradoura mostra a resiliência dos percevejos, que poderiam ter abandonado os humanos, mas optaram por permanecer.

Adaptação e resistência

Os percevejos são conhecidos por sua capacidade de sobreviver sem se alimentar por mais de um ano e por injetarem anestésicos durante a alimentação. Além disso, sua reprodução é peculiar, com machos perfurando o abdômen das fêmeas para inseminá-las. O professor Warren Booth, da Virginia Tech, enfatiza a notável resistência dos percevejos a pesticidas, resultado de mutações genéticas rápidas e produção de enzimas que neutralizam substâncias tóxicas.

Após a introdução do pesticida DDT na década de 1940, muitos acreditavam que os percevejos estariam extintos. No entanto, eles conseguiram se adaptar e suas populações aumentaram novamente, impulsionadas pela globalização e pela urbanização acelerada. Uma única fêmea pode gerar até 30 mil descendentes em apenas seis meses, o que facilita a rápida infestação de ambientes urbanos.

Booth, que estuda percevejos há duas décadas, afirma que nunca teve uma infestação em casa, pois adota medidas rigorosas de prevenção. Ele recomenda cuidados ao viajar, como evitar deixar malas em locais propensos a infestações.

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