02 de jul 2025

Verões europeus se tornam insuportáveis, mas ar-condicionado ainda é raro
Aumento da demanda por ar condicionado na Europa gera preocupações sobre emissões de gases de efeito estufa e desafios climáticos.

Pablo Blazquez Dominguez/Getty Images
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A Europa está enfrentando uma onda de calor severa, com temperaturas recordes que afetam milhões de pessoas. Em algumas regiões, os termômetros não caem abaixo de 32 graus Celsius, mesmo à noite. A escassez de ar condicionado nas residências europeias contrasta com a alta penetração desse recurso nos Estados Unidos, onde cerca de 90% das casas possuem sistemas de resfriamento, enquanto na Europa esse número é de apenas 20%.
A demanda por ar condicionado está aumentando rapidamente, levando a propostas políticas para melhorar a infraestrutura de resfriamento. Especialistas, no entanto, alertam sobre os impactos climáticos do uso intensivo de ar condicionado. O uso crescente desse equipamento pode agravar as emissões de gases de efeito estufa, criando um ciclo vicioso de aquecimento global.
Historicamente, muitos países europeus não viam a necessidade de ar condicionado, especialmente no norte do continente. Brian Motherway, da Agência Internacional de Energia, destaca que a tradição de resfriamento artificial é recente na Europa. Além disso, a arquitetura de muitos edifícios, especialmente os mais antigos, não foi projetada para suportar altas temperaturas, dificultando a instalação de sistemas de ar condicionado.
Em resposta à crise climática, a Europa se comprometeu a se tornar climaticamente neutra até 2050. O aumento no uso de ar condicionado pode complicar esse objetivo, uma vez que esses sistemas consomem muita energia e contribuem para o aquecimento urbano. Em 2022, a Espanha já havia implementado regras para limitar a temperatura do ar condicionado em locais públicos.
Com a crescente frequência de ondas de calor, a mentalidade em relação ao ar condicionado na Europa está mudando. Um relatório da IEA prevê que o número de unidades de ar condicionado na União Europeia pode chegar a 275 milhões até 2050, mais que o dobro do número em 2019. A demanda por sistemas de resfriamento está em alta, e políticos, como Marine Le Pen, estão defendendo planos para expandir a infraestrutura de ar condicionado.
Enquanto isso, especialistas enfatizam a necessidade de regulamentações rigorosas para garantir a eficiência energética dos novos sistemas de resfriamento, evitando impactos climáticos ainda mais severos.
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