03 de jul 2025


Regiões essenciais para a Amazônia recebem menos recursos, aponta estudo recente
Estudo revela que áreas críticas da Amazônia carecem de gestão adequada, comprometendo a conservação da biodiversidade e exigindo investimentos urgentes.

Das 65 áreas mais críticas para a biodiversidade, 50 têm gestão considerada fraca ou regular; especialistas defendem redirecionamento urgente de investimentos. (Foto: TV Brasil/Divulgação)
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Um estudo recente publicado na revista Biological Conservation revela que as áreas mais críticas para a biodiversidade na Amazônia recebem menos investimento em gestão. A pesquisa, realizada por cientistas do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas e da Universidade Federal de Goiás (UFG), analisou 261 unidades de conservação e identificou 65 áreas de altíssima prioridade que enfrentam gestão fraca ou regular.
Essas unidades, que combinam alta diversidade de espécies ameaçadas com forte pressão por desmatamento, incluem locais como a APA Triunfo do Xingu e a APA Baixada Maranhense, que operam em condições críticas. Apenas oito unidades se destacam com gestão considerada ótima, como a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e a Reserva Biológica do Gurupi.
Desafios na Conservação
Para evitar a extinção de espécies, é essencial que as áreas protegidas tenham equipes técnicas capacitadas e orçamento adequado. O estudo enfatiza que, sem estrutura e investimento, a eficácia dessas unidades é comprometida. O Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA) tem demonstrado resultados positivos, com as 117 áreas apoiadas apresentando melhores níveis de gestão.
A experiência de Mamirauá ilustra uma gestão bem-sucedida, onde as comunidades locais participam ativamente da vigilância e do uso sustentável dos recursos. Essa abordagem resultou na recuperação das populações de peixes e no aumento da renda familiar.
Necessidade de Investimentos
O artigo sugere uma estratégia de priorização para direcionar investimentos, fundamental para o Brasil cumprir metas globais de conservação. O custo anual mínimo para conservar 80% da Amazônia varia entre US$ 1,7 e 2,8 bilhões, mas os recursos disponíveis são insuficientes. Em 2016, o gasto efetivo para gerir unidades federais foi apenas 11% do necessário.
Além do financiamento, a conservação da Amazônia requer fortalecimento da fiscalização e combate a atividades ilegais. As áreas protegidas têm demonstrado eficácia, evitando cerca de 60% do desmatamento previsto. A proteção da biodiversidade é uma questão urgente que exige ações rápidas e bem planejadas.
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