Kennedy Jr. propõe uso de ecstasy para tratar estresse pós-traumático nos EUA

Nos Estados Unidos, o uso de substâncias psicodélicas, como o MDMA, está sendo reavaliado como uma possível solução para transtornos mentais, especialmente entre veteranos de guerra. O novo secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., anunciou que está acelerando os testes clínicos para o uso do MDMA no tratamento de estresse pós-traumático (TEPT), com resultados esperados em até 12 meses.

A situação é crítica: cerca de 16 milhões de veteranos estão vivos nos EUA, e um terço deles enfrenta problemas de saúde mental. O estresse pós-traumático é 15 vezes mais comum entre esses ex-combatentes do que na população geral, resultando em uma média de 18 suicídios diários, podendo chegar a 24 com a subnotificação.

Kennedy Jr. afirmou que a Administração de Veteranos (VA) já possui 11 testes clínicos em andamento e que os resultados preliminares são encorajadores. Ele destacou a urgência de garantir que a ciência por trás do uso de MDMA seja sólida e que não se pode esperar mais dois anos para a aprovação.

A FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos) pode não exigir um novo ensaio clínico de fase 3, o que poderia atrasar o processo em até cinco anos. Kennedy Jr. enfatizou a importância de acelerar os testes clínicos, afirmando que "terapias psicodélicas demonstram promessa real para veteranos e outros que lutam com traumas".

A conferência Psychedelic Science, que contará com a presença de políticos conservadores, reflete o crescente apoio à pesquisa sobre substâncias psicodélicas. Rick Doblin, fundador da ONG Maps, que luta pela reabilitação do MDMA como remédio, também está otimista com as novas diretrizes.

O cenário atual sugere que o MDMA pode se tornar uma ferramenta valiosa no combate ao TEPT, oferecendo esperança a muitos que enfrentam os efeitos devastadores da guerra.