Mães italianas pressionam justiça e condenam chefões da Mitsubishi por poluição

Condenação Histórica

Em 26 de junho de 2025, 11 ex-executivos da Miteni e da Mitsubishi foram condenados a mais de 140 anos de prisão por crimes ambientais, em um caso que expôs a grave contaminação por PFAS na Itália. A sentença foi proferida no Tribunal de Vicenza, após anos de mobilização da comunidade local.

Impacto da Contaminação

A Miteni, que operou em Trissino, despejou toneladas de substâncias tóxicas no solo e na água, resultando em sérios problemas de saúde, especialmente entre crianças. As mães, organizadas como "Mamme No PFAS", lutaram contra a poluição após descobrirem que seus filhos estavam contaminados. Maria Cristina Cola, uma das líderes do movimento, destacou o impacto devastador da contaminação em suas famílias.

Dados Alarmantes

Em 2017, exames de sangue revelaram que 300 mil pessoas na região do Vêneto estavam expostas a níveis alarmantes de PFAS, com alguns casos apresentando concentrações de PFOA acima de 90 mil nanogramas por litro, muito acima do limite de segurança. A contaminação se espalhou por uma área de 180 quilômetros quadrados, afetando as províncias de Vicenza, Pádua e Verona.

Justiça e Mobilização

A condenação dos executivos, incluindo altos cargos da Mitsubishi, representa um marco na luta contra a poluição. Os crimes incluem envenenamento das águas e gestão ilícita de resíduos. A decisão judicial reconheceu que os réus tinham conhecimento dos riscos e optaram por ignorá-los, continuando a produção.

Desafios Futuros

Apesar da vitória judicial, a área contaminada ainda não foi limpa, e a legislação italiana sobre PFAS permanece branda. Em 2026, um novo limite legal de 100 ng/L para PFAS na água potável será implementado, mas especialistas consideram esse valor elevado. As mães exigem uma legislação mais rigorosa e ações concretas para proteger a saúde da população afetada.