08 de jul 2025
Estudo revela riscos e benefícios dos medicamentos da classe do Ozempic
Estudo revela que análogos do GLP 1, como Ozempic, podem reduzir riscos de Alzheimer e adicções, mas apresentam perigos como pancreatite.

Estudo aponta benefícios e riscos de medicamentos como o Ozempic (Foto: Tiago Queiroz/Estadão)
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Pesquisadores da Washington University School of Medicine in St. Louis e do Veterans Affairs St. Louis Health Care System conduziram um estudo abrangente sobre os análogos do GLP-1, como o Ozempic, revelando benefícios além do controle da diabetes tipo 2 e da obesidade. A pesquisa, que analisou dados de mais de 2 milhões de pacientes, identificou reduções no risco de Alzheimer e adicções, além de confirmar a proteção contra eventos adversos cardiovasculares.
O estudo, publicado na revista Nature Medicine, é considerado o mais extenso sobre os efeitos dos análogos do GLP-1. O autor sênior, Ziyad Al-Aly, destacou que a análise sistemática permitiu mapear os impactos desses medicamentos em 175 desfechos de saúde. Embora os resultados sejam promissores, também foram observados riscos, como pancreatite aguda e complicações renais, que exigem atenção redobrada na prescrição.
Efeitos e Riscos
Os análogos do GLP-1 mostraram uma redução em 42 desfechos de saúde, enquanto 19 apresentaram aumento de risco. A pesquisa não encontrou associações significativas em 114 desfechos. Al-Aly enfatizou que, apesar dos benefícios, os efeitos colaterais não podem ser ignorados. A comparação com outros medicamentos visa fornecer informações para que médicos e pacientes façam escolhas informadas.
O endocrinologista Bruno Geloneze, da Unicamp, observou que o estudo revela o pleiotropismo dos análogos do GLP-1, ou seja, sua capacidade de afetar múltiplos órgãos. Ele ressaltou a importância do volume de dados, que permite identificar desfechos raros, como a redução do risco de câncer de fígado.
Considerações Finais
Embora os resultados sejam encorajadores, Geloneze alertou para a necessidade de cautela. A amostra do estudo era predominantemente composta por pessoas brancas e mais velhas, o que pode limitar a generalização dos achados. Al-Aly também destacou a necessidade de mais dados de segurança, especialmente em relação a efeitos colaterais graves, como a pancreatite aguda.
Os novos achados sobre os análogos do GLP-1 abrem portas para futuras pesquisas, que podem consolidar a compreensão dos efeitos sistêmicos desses medicamentos. A medicina pode, assim, se basear cada vez mais em análogos de hormônios gastrointestinais à medida que a ciência avança.
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