10 de jul 2025
Anitta e Lauren Sánchez desafiam padrões impostos à mulher na indústria da música
A morte de uma empresária durante lipoaspiração em São Paulo intensifica o debate sobre pressão estética e segurança em procedimentos estéticos.

Ilustração de Aline Bispo para coluna de Djamila Ribeiro de 11 de julho de 2025 (Foto: Aline Bispo/Folhapress)
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Na última semana, o debate sobre pressão estética e padrões de beleza ganhou força após a morte de uma empresária durante uma lipoaspiração em São Paulo. O caso reacendeu discussões sobre a segurança de procedimentos estéticos e a crítica à vitimização de mulheres privilegiadas, como a cantora Anitta e Lauren Sánchez, esposa de Jeff Bezos.
A maioria das análises sobre o tema tem se concentrado em rivalidades femininas e falta de amor, ignorando o cerne da questão. Estudos feministas apontam que a crítica entre mulheres não é um sinal de desunião, mas uma forma de romper com visões essencialistas que perpetuam a opressão. A escritora Caroline Arcari destaca que figuras públicas, como Anitta, podem ser tanto vítimas quanto promotoras de padrões de beleza cruéis.
A despersonalização dos rostos femininos, moldados por um único padrão estético, gera uma pressão constante para que as mulheres se adequem a um ideal. Essa situação, longe de ser uma escolha individual, reflete uma indústria que lucra com a insegurança feminina. O Brasil, líder em cirurgias plásticas, apresenta dados alarmantes sobre o impacto da pressão estética na saúde mental de jovens mulheres.
Além disso, a crítica à vitimização de mulheres com acesso a recursos é fundamental. Bell Hooks, em "Recusando-se a Ser uma Vítima", argumenta que a identidade de vítima pode ser imobilizadora e que a solidariedade política deve ser a base do feminismo. O discurso de empoderamento, quando utilizado de forma superficial, pode contribuir para a opressão, especialmente quando mulheres privilegiadas não reconhecem sua posição na estrutura patriarcal.
A morte da empresária e as reações subsequentes revelam a necessidade de um debate mais profundo sobre a estética e a saúde das mulheres, que vai além de rivalidades e apelos emocionais. A discussão deve incluir a crítica ao sistema que perpetua a opressão e a busca por um feminismo que questione as práticas que contribuem para a desumanização das mulheres.
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