Saúde

Start-up alemã busca desafiar a morte com criopreservação de pacientes

A Tomorrow.Bio, laboratório de criônica na Europa, já congelou "três ou quatro" pessoas. A empresa planeja expandir para os EUA em 2025, visando aumentar a clientela. O custo do procedimento de criopreservação é de US$ 200 mil, com financiamento via seguro. Críticas à viabilidade da criônica destacam a falta de sucesso em ressuscitações. A pandemia de covid 19 aumentou o interesse por preservação da vida e criônica.

Emil Kendziorra acredita que muitas técnicas que poderiam ser usadas para criopreservação ainda não foram testadas. (Foto: Getty Images)

Emil Kendziorra acredita que muitas técnicas que poderiam ser usadas para criopreservação ainda não foram testadas. (Foto: Getty Images)

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A Tomorrow.Bio, o primeiro laboratório de criônica da Europa, opera três ambulâncias adaptadas em Berlim, com o objetivo de congelar pacientes após a morte por um custo de US$ 200 mil (cerca de R$ 1,2 milhão). Emil Kendziorra, cofundador da empresa, abandonou sua carreira na pesquisa do câncer ao perceber que os avanços eram lentos. Desde sua fundação, a Tomorrow.Bio já criopreservou "três ou quatro" pessoas e cinco animais de estimação, com quase 700 pessoas cadastradas para o procedimento.

Quando um paciente está em seus últimos dias, a ambulância é enviada para o local, aguardando a declaração de morte para iniciar a criopreservação. Apesar de não haver casos de ressuscitação bem-sucedida após a criopreservação, Kendziorra acredita que a tecnologia médica pode um dia permitir a reversão do processo. O professor Clive Coen, da Universidade King's College London, critica a viabilidade da técnica, considerando-a "absurda" devido à complexidade do cérebro humano e à falta de evidências de sucesso.

A criônica, que envolve resfriar corpos a temperaturas extremamente baixas, é vista por alguns como uma extensão das práticas médicas atuais. Kendziorra argumenta que a resistência à ideia de reviver mortos é similar à desconfiança inicial em transplantes de órgãos. Embora existam estudos promissores em animais, a aplicação em humanos ainda é incerta. A Tomorrow.Bio planeja expandir suas operações para os EUA em 2025, atraindo interessados em preservar suas vidas para um futuro incerto.

O custo elevado e as implicações éticas da criopreservação são pontos de debate. Kendziorra defende a liberdade de escolha dos indivíduos, enquanto críticos apontam os riscos e a falta de garantias de sucesso. Louise Harrison, uma das clientes, se inscreveu por curiosidade, vendo a possibilidade de "voltar à vida" como uma forma de viagem no tempo. A Tomorrow.Bio espera que a crescente conscientização sobre a morte, especialmente após a pandemia de covid-19, impulsione o interesse por seus serviços, com metas ambiciosas para o futuro da criônica.

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