Nutrição e fertilidade masculina: como hábitos alimentares impactam a saúde reprodutiva

A série brasileira “Os Outros”, disponível no Globoplay, aborda a complexidade da infertilidade em seu segundo episódio da segunda temporada. Na trama, Raquel (Letícia Colin) e Paulo (Sérgio Guizé) enfrentam a dura realidade de que Paulo não possui espermatozoides, o que impossibilita a concepção natural. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a infertilidade masculina é responsável por cerca de 20% dos casos e contribui em outros 30% a 40%, ressaltando a importância de investigar ambos os parceiros.

A infertilidade masculina pode ser causada por diversos fatores, incluindo problemas na ejeção do sêmen e anormalidades nos espermatozoides. Estudos apontam que o estilo de vida é um fator crucial, com o tabagismo, consumo excessivo de álcool e obesidade como principais riscos. Além disso, a exposição a poluentes e toxinas ambientais também afeta a qualidade e quantidade dos espermatozoides.

Pesquisas recentes, como um estudo na revista Frontiers in Nutrition, mostram que dietas saudáveis, como a mediterrânea, podem melhorar a saúde reprodutiva masculina. Outro estudo revelou que casais que consomem frutos do mar regularmente têm 61% mais chances de fecundidade. A nutricionista Inari Ciccone, em palestra promovida pelo laboratório Igenomix, destacou a relação entre nutrição e fertilidade masculina, mencionando que o consumo de refrigerantes prejudica a função testicular em homens jovens.

Ciccone também abordou a evolução dos hábitos alimentares ao longo da história, desde a dieta pré-histórica até a atualidade, marcada por alimentos processados e delivery. Essa transformação impactou negativamente a saúde reprodutiva, com uma redução média de 1,6% na contagem espermática ao ano, conforme estudo da Oxford Academic. A mudança no estilo de vida é essencial para preservar a fertilidade masculina e possibilitar que casais como Raquel e Paulo realizem o sonho de ter filhos.