28 de mar 2025
Digitalização excessiva afeta nossa atenção e inteligência, diz especialista
A tecnologia está moldando nossas mentes, reduzindo a atenção e a inteligência emocional. Especialistas alertam: desconectar é essencial.
Vantagens de ser invisível (Foto: Reprodução)
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Vivemos em uma era onde a produtividade e a concentração são constantemente exigidas, mas, paradoxalmente, essas capacidades estão diminuindo. O jornalista Johann Hari, em seu ensaio "O valor da atenção: por que ela foi roubada de nós e como recuperá-la", destaca que atingir um estado de concentração para realizar tarefas intelectuais complexas se tornou um desafio quase impossível. A Dra. Gloria Mark, especialista em atenção e multitarefa, revela que, em 2014, a atenção média de um espectador em uma tela era de dois minutos e meio, enquanto atualmente caiu para apenas 47 segundos.
O Dr. John Kruse, psiquiatra e neurocientista, argumenta que a digitalização excessiva, incluindo a transformação de relacionamentos em interações digitais, reconfigurou nossos cérebros. Isso nos leva a responder rapidamente e a desejar informações emocionais, o que prejudica nossa capacidade de pensar profundamente. Ele observa que essa diminuição na reflexão afeta até mesmo indivíduos com alta inteligência. O neurocientista francês Michel Desmurget vai além, afirmando que as novas gerações apresentam um QI inferior ao de seus pais, em parte devido ao uso excessivo de tecnologia.
Além disso, a inteligência emocional também é impactada. Kruse afirma que, ao pensarmos menos profundamente, nossa empatia diminui. Embora a internet ofereça mais informações e entretenimento, ela nos torna menos pacientes e menos atentos. O uso excessivo de inteligência artificial também compromete nossa memória e pensamento crítico, conforme apontado pela Royal National Academy of Medicine. Nicholas Carr, autor de "The Shallows", reforça essa ideia, afirmando que a tecnologia nos torna menos inteligentes e intelectualmente limitados.
Para mitigar esses efeitos, Kruse sugere desconectar-se da internet por pelo menos uma hora diariamente. Ele recomenda atividades como caminhar sem celular, ler livros físicos e interagir pessoalmente. Essas pequenas mudanças podem ter um impacto significativo em nossa capacidade de atenção e reflexão. O Dr. Kruse enfatiza a importância de viver no seu próprio ritmo, em vez de se deixar levar pelo ritmo imposto pelo mundo digital.
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