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Machosfera: a rede de ódio que inspira violência e misoginia entre jovens

A machosfera, rede online de ideologias misóginas, ganha força com influenciadores como Andrew Tate e Rafael Aires, refletindo frustrações masculinas.

Um adolescente de 13 anos é detido após uma colega da escola ser assassinada (Foto: Netflix)

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A série da Netflix, Adolescência, levanta uma questão inquietante: o que leva um adolescente a cometer um assassinato? Parte da resposta pode ser encontrada na chamada machosfera, um termo que descreve comunidades online que promovem ideologias masculinas, muitas vezes misóginas. Desde sua origem em 2009, a machosfera evoluiu, ganhando força com a ascensão das redes sociais, onde influenciadores como Andrew Tate se tornaram figuras proeminentes. O roteirista Jack Thorne investigou essas comunidades para entender como suas ideias impactam os jovens, destacando que “essas ideias estão por toda parte”.

O fenômeno da machosfera remonta à década de 1970, quando Warren Farrell, um ativista do Movimento de Libertação dos Homens, começou a questionar os papéis de gênero. Com o tempo, suas ideias se tornaram mais extremas, especialmente após conflitos com o feminismo. Nos anos 90, a internet permitiu que esses pensamentos se espalhassem em fóruns, onde homens discutiam suas frustrações em relacionamentos. O termo “incel”, que se refere a celibatários involuntários, surgiu nesse contexto, inicialmente como um espaço de apoio, mas rapidamente se transformou em um ambiente de culpa e misoginia.

Com a popularização das redes sociais, a machosfera se tornou mais acessível, permitindo que grupos como os incels se unissem e ampliassem suas ideologias. A chamada “regra 80/20”, que sugere que a maioria das mulheres é atraída por uma minoria de homens, se tornou um mantra entre esses grupos. Em 2014, a machosfera se manifestou violentamente, culminando em ataques como o de Elliot Rodger, que matou seis pessoas em uma tentativa de "punir" mulheres que o rejeitaram. Esses eventos alarmantes destacam a crescente radicalização e a normalização de ideais misóginos.

Atualmente, influenciadores como Rafael Aires e Thiago Schutz promovem discursos que reforçam a submissão feminina e a desvalorização das mulheres. A socióloga Isabelle Anchieta observa que esse movimento reflete uma frustração masculina diante da crescente autonomia feminina. As redes sociais, embora pareçam facilitar conexões, muitas vezes criam relações superficiais, exacerbando a solidão e a insatisfação. Assim, a machosfera continua a prosperar, oferecendo um senso de pertencimento fundamentado no ódio e na frustração, enquanto desafia as conquistas femininas em diversas esferas da sociedade.

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