21 de mai 2025
Cientistas descobrem ligação entre proteínas que preserva memórias a longo prazo
Descoberta revela que a interação entre as proteínas KIBRA e PKMζ é essencial para a formação e manutenção das memórias.
Como as memórias duram a vida toda quando as moléculas que as formam se renovam em dias, semanas ou meses? Uma interação entre duas proteínas aponta para uma base molecular para a memória. (Foto: Carlos Arrojo/Quanta Magazine)
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Recentemente, Todd Sacktor e sua equipe da Universidade de Nova York Downstate descobriram que a interação entre as proteínas KIBRA e PKMζ é essencial para a formação e manutenção de memórias. A pesquisa, publicada na Science Advances, oferece uma nova perspectiva sobre como as memórias persistem, mesmo com a degradação molecular.
Sacktor, que se tornou neurocientista após experiências pessoais com a memória, investigou como as memórias podem durar anos, apesar da constante renovação das moléculas no corpo. Em seus estudos, ele e seu colaborador André Fenton identificaram que a ligação entre KIBRA e PKMζ está associada ao fortalecimento das sinapses, fundamentais para a formação da memória.
Os pesquisadores demonstraram que, à medida que as proteínas se degradam, novas moléculas substituem as antigas, mantendo a integridade da ligação sináptica. Karl Peter Giese, neurobiólogo do King’s College London, elogiou a pesquisa, afirmando que a interação entre essas moléculas é necessária para o armazenamento da memória.
Descobertas Importantes
Sacktor e Fenton, ao longo de suas investigações, descobriram que a PKMζ é crucial para a memória de longo prazo. Em experimentos, a inibição da PKMζ resultou na reversão do fortalecimento sináptico, sugerindo que essa proteína é "necessária e suficiente" para a preservação da memória. No entanto, estudos posteriores questionaram essa hipótese, mostrando que camundongos sem PKMζ ainda conseguiam formar memórias.
Em resposta, Sacktor e Fenton identificaram uma molécula compensatória que atua na ausência da PKMζ. A pesquisa mais recente revelou que a KIBRA, uma proteína que mantém outras proteínas no lugar dentro das sinapses, interage com a PKMζ. Essa interação é crucial não apenas para a formação, mas também para a manutenção das memórias ao longo do tempo.
Implicações da Pesquisa
Os resultados indicam que a associação entre KIBRA e PKMζ é fundamental para a persistência das memórias. Quando a interação é interrompida, as memórias podem ser apagadas. Essa descoberta ajuda a resolver o enigma de como as memórias podem durar a vida toda, apesar da degradação das moléculas envolvidas.
O estudo também sugere que a KIBRA pode atuar como uma "marca sináptica", guiando a PKMζ para as sinapses específicas envolvidas na formação de memórias. Essa nova compreensão pode abrir caminhos para futuras pesquisas sobre a memória e suas bases moleculares, além de contribuir para o entendimento de condições que afetam a memória.
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