Saúde

Indústria de bebidas se adapta à nova realidade de consumo e abstinência crescente

O consumo de álcool é parte da cultura humana desde 7.000 a.C., mas a Revolução Industrial mudou sua percepção. Especialistas alertam que não há dose segura de álcool, com riscos associados a tumores. O governo dos EUA propôs advertências nos rótulos de bebidas alcoólicas, similar ao cigarro. O Brasil incluiu o álcool no "imposto do pecado", refletindo mudanças no comportamento social. A demanda por bebidas sem álcool cresce, com vendas de cervejas sem álcool aumentando 20% em 2024.

EM DEBATE - Revisão: especialistas já não falam mais em limite mínimo para garantir o consumo com segurança (Foto: Don Farrall/stone/Getty Images)

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O álcool tem uma longa história na humanidade, com registros de consumo de cerveja datando de pelo menos 7 000 anos antes de Cristo na China. Inicialmente, as bebidas alcoólicas eram associadas a prazeres sociais e à saciedade das necessidades humanas. Contudo, a Revolução Industrial trouxe uma mudança de percepção, associando o álcool a problemas sociais e de saúde. Especialistas contemporâneos afirmam que não há dose mínima segura de consumo, levando a um debate crescente sobre os riscos do álcool, especialmente entre as novas gerações.

Historicamente, o consumo excessivo de álcool sempre foi o foco das críticas, mas novas pesquisas revelam que até mesmo a ingestão moderada pode ser prejudicial. O psiquiatra Antonio Nardi destaca que a ingestão crônica de álcool, mesmo em pequenas quantidades, pode causar danos ao organismo. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer encontrou uma ligação entre o consumo de bebidas alcoólicas e diferentes tipos de câncer, levando a organizações como a OMS a recomendar cautela e até mesmo a redução do consumo.

Recentemente, o médico-chefe dos EUA, Vivek Murthy, sugeriu que rótulos de bebidas alcoólicas incluam advertências sobre os riscos à saúde, semelhante ao que ocorre com produtos de tabaco. Embora o álcool não seja considerado tão nocivo quanto o tabaco, especialistas como Lucas Avelar afirmam que sua regulamentação é necessária para evitar vícios. Em resposta a essas preocupações, o governo canadense reduziu o consumo máximo recomendado de álcool, enquanto no Brasil, a bebida foi incluída no “imposto do pecado” da reforma tributária.

A mudança de comportamento em relação ao álcool é visível, com um aumento no interesse por opções sem álcool, como mocktails e cervejas sem álcool, que já alcançaram 480 milhões de litros em vendas no Brasil em 2024. Apesar do avanço, o álcool ainda causa mais de 2,6 milhões de mortes anuais globalmente, com um impacto significativo na saúde pública brasileira, que custa cerca de 18 bilhões de reais por ano. A história mostra que abordagens extremas, como a Lei Seca nos EUA, falharam, sugerindo que a moderação e a educação são as melhores estratégias para lidar com o consumo de álcool na sociedade.

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