Estratégias de prevenção do vírus VSR prometem proteger bebês e gestantes no Brasil

O vírus sincicial respiratório (VSR) é a principal causa de internação em crianças no mundo, sendo responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonias em menores de dois anos, segundo dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS). O infectologista Alfredo Gilio destaca que o VSR é altamente contagioso e apresenta maior circulação no outono e inverno, gerando uma demanda significativa por serviços de saúde. Em 13 de fevereiro, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a incorporação de duas novas tecnologias contra o VSR: o anticorpo monoclonal nirsevimabe e uma vacina para gestantes.

A vacina para gestantes, chamada Abrysvo, já está disponível na rede privada e será incorporada ao SUS. A imunização deve ser feita entre a 24ª e a 36ª semana de gestação, garantindo que a mãe transfira anticorpos ao bebê. Estudos indicam que essa vacina pode evitar aproximadamente 28 mil internações anuais e proteger cerca de 2 milhões de bebês nos primeiros meses de vida. A proteção contra doenças graves é de 85% nos primeiros 90 dias de vida, caindo para 59% aos seis meses.

O nirsevimabe, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023, é indicado para bebês prematuros e crianças de até dois anos com comorbidades. Essa estratégia de imunização passiva oferece proteção imediata, durando entre cinco e seis meses. O anticorpo é crucial para crianças que, mesmo com a proteção materna, apresentam fatores de risco, como prematuridade e cardiopatias.

Além das crianças, os idosos também estão em risco de complicações pelo VSR. Para esse grupo, as vacinas Abrysvo e Arexvy, aprovadas pela Anvisa, são opções disponíveis na rede privada. Ambas são recomendadas para pessoas de 60 a 69 anos com comorbidades e para todos a partir dos 70 anos, oferecendo proteção ao sistema imunológico sem causar a doença.