Saúde

Oito em cada dez brasileiros estão em cidades com baixa cobertura vacinal

Cobertura vacinal no Brasil continua crítica, com 80% da população em municípios abaixo das metas do Programa Nacional de Imunizações.

Vacinação contra a dengue em Brasília. (Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo)

Vacinação contra a dengue em Brasília. (Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo)

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O Brasil ainda enfrenta desafios nas coberturas vacinais, com 80% da população vivendo em municípios que não atingiram as metas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2023. O Anuário VacinaBR 2025, divulgado pelo Instituto Questão de Ciência (IQC), revela que apenas duas vacinas alcançaram as metas em 2024, indicando uma leve melhora.

Desde 2015, a vacinação no país tem enfrentado uma queda acentuada, considerada uma das crises de saúde pública mais graves desde a criação do PNI em 1973. Em 2023, 9 de 13 vacinas analisadas não atingiram 95% de cobertura. A situação da vacina contra varicela é alarmante, com apenas 3% da população em municípios que cumpriram as metas. O anuário destaca que a cobertura vacinal não retornou aos níveis ideais observados antes de 2015.

Desafios e Avanços

O anuário aponta que nenhum imunizante atingiu 95% de cobertura em 2023, com vacinas como poliomielite e meningococo C apresentando índices preocupantes. A vacina meningocócica C, em particular, não teve a meta cumprida em nenhum estado entre 2021 e 2023. Apesar disso, dados preliminares de 2024 mostram que a vacina BCG e a primeira dose da tríplice viral conseguiram atingir as metas do PNI.

Luciana Phebo, chefe de Saúde do Unicef no Brasil, afirma que o país está avançando na recuperação das coberturas vacinais. Isabella Ballalai, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), ressalta que a desinformação sobre vacinas é um desafio, mas não é o principal fator da hesitação vacinal. A falta de acesso e conveniência são entraves significativos.

Taxa de Abandono e Desigualdades Regionais

O anuário também destaca a elevada taxa de abandono em vacinas que requerem múltiplas doses. A tríplice viral, por exemplo, apresenta uma taxa de abandono superior a 50% em alguns estados. Em São Paulo, apenas 70% das crianças completaram o esquema vacinal. A situação é crítica em estados como o Rio de Janeiro, que não atingiu a meta para nenhuma dose do PNI em 2023.

As desigualdades regionais são evidentes, com a região Norte apresentando os menores índices de cobertura. No entanto, estados ricos também enfrentam desafios, como o Rio de Janeiro, que teve apenas 36,9% de cobertura com a segunda dose da tríplice viral. O anuário revela que a realidade da vacinação no Brasil é marcada por bolsões de baixa cobertura, que comprometem a eficácia da imunização coletiva.

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