23 de jun 2025

Negacionismo é rejeitado em debate sobre ciência e saúde pública
Cobertura vacinal infantil no Brasil ainda está abaixo das metas, com abandono alarmante em estados como Acre e Pará.

Crianças de 10 e 11 anos estão sendo imunizadas contra a dengue (Foto: Guito Moreto)
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O Anuário VacinaBR, desenvolvido pelo Instituto Questão de Ciência em colaboração com o Unicef, revelou que, em 2024, a cobertura vacinal infantil no Brasil apresenta leve melhora, mas ainda está aquém das metas estabelecidas. O estado do Rio de Janeiro reportou 87% de cobertura na primeira dose e 69% na segunda, um avanço em relação aos 70% e 37% de 2023, mas ainda distante do ideal de 95%.
As disparidades regionais continuam a ser um desafio significativo. O abandono da vacinação é alarmante, com estados como Acre e Pará apresentando taxas superiores a 50%. Isso significa que mais da metade das crianças que receberam a primeira dose não retornaram para completar o esquema vacinal. O relatório destaca que, em 2023, estados como Amapá e Maranhão também enfrentaram problemas semelhantes.
Desafios na Vacinação
O Ministério da Saúde tem investido em campanhas para combater o negacionismo, mas o abandono da vacinação não se deve apenas a isso. Fatores como a falta de campanhas informativas, a distância dos postos de saúde e a conveniência dos horários são determinantes. A Confederação Nacional de Municípios revelou que, entre abril e maio de 2024, 33,7% dos municípios analisados enfrentaram falta de vacinas, com 16% sem imunizantes contra o sarampo.
Os dados globais sobre vacinação também são preocupantes. Baixas coberturas vacinais em diversas regiões do mundo têm contribuído para surtos de sarampo em países como Estados Unidos, Canadá e México. No Brasil, já foram confirmados cinco casos de sarampo em 2025, três deles de transmissão local.
Necessidade de Políticas Eficazes
A análise do Anuário VacinaBR evidencia a necessidade de políticas públicas baseadas em diagnósticos precisos. Embora a desinformação seja um problema a ser enfrentado, não é o único fator que contribui para a crise de vacinação infantil no Brasil. A urgência em abordar as disparidades regionais e o abandono da vacinação é fundamental para garantir a proteção da população.
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