Starlink registra aumento recorde de usuários durante apagão na Espanha e Portugal

Usuários de celular e internet na Espanha e em Portugal recorreram ao Starlink, serviço de comunicações por satélite de Elon Musk, em números recordes durante um apagão de energia na península Ibérica na segunda-feira (28). O uso do serviço aumentou 35% acima da média, com um pico de 60% na Espanha, conforme dados do Financial Times.

A operadora de energia Red Eléctrica investiga a causa da falha, que alguns especialistas atribuem à dificuldade da rede elétrica em gerenciar um fornecimento elevado de energia solar. Durante o apagão, a cobertura de telecomunicações foi severamente afetada, levando a um colapso na rede móvel. A Ookla, empresa de análise de internet, relatou que a consistência da rede caiu para até 50% da taxa normal.

Impacto nas Telecomunicações

A falta de energia derrubou muitas antenas móveis, deixando apenas aquelas com instalação reserva operando. A Vodafone España acionou geradores de backup em 70% de seus sites, mas mesmo assim, regiões como Galícia e Castilla La Mancha apresentaram apenas 20% de cobertura. A Telefónica priorizou serviços críticos, restaurando 95% de sua rede em pouco mais de 24 horas.

Embora o Starlink tenha mantido a conectividade, a qualidade da cobertura diminuiu com o aumento da demanda. A empresa não forneceu números exatos sobre o uso, mas confirmou que as conexões eram possíveis com estações em outros países, como a Itália. Especialistas alertam que a cobertura por satélite pode não ser suficiente para atender milhões de usuários em futuros apagões.

Resiliência das Redes

A situação na Espanha e em Portugal destaca a necessidade de melhorar a resiliência das redes de telecomunicações. Em comparação, países como a Noruega e a Austrália implementaram medidas para garantir backup de energia em suas redes. O apagão na península Ibérica serve como um alerta para que governos e reguladores priorizem a infraestrutura de telecomunicações, especialmente diante do aumento de eventos climáticos extremos.