26 de fev 2025
Emirados Árabes utilizam inteligência artificial para potencializar a semeadura de nuvens
Emirados Árabes Unidos investem em IA para otimizar a semeadura de nuvens. Novo sistema pode aumentar a precipitação em 10 15%, segundo especialistas. O país enfrenta escassez de água, com apenas 100 milímetros de chuva anual. Fórum Internacional de Elevação Pluviométrica discute inovações em clima. Cautela é necessária; dados limitados dificultam previsões precisas com IA.
Veículos trafegam em estrada alagada durante chuva torrencial em Dubai (Foto: Giuseppe Cacace / AFP)
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No Fórum Internacional de Elevação Pluviométrica (IREF), realizado em Abu Dhabi, especialistas discutem o uso de inteligência artificial para enfrentar o desafio da escassez de água nos Emirados Árabes Unidos, um país com clima árido. Apesar de décadas de tentativas e investimentos significativos, os resultados na mitigação do clima seco têm sido limitados. A proposta mais recente envolve um sistema de IA para aprimorar a semeadura de nuvens, técnica que utiliza aeronaves para dispersar substâncias químicas nas nuvens, potencializando a precipitação.
O vice-diretor do Western Center for Weather and Water Extremes, Luca Delle Monache, afirmou que o novo sistema de IA está "quase pronto" e que a tecnologia pode aumentar a precipitação em 10-15%. No entanto, ele alertou que a eficácia depende do tipo de nuvem e da precisão na execução do processo. O projeto, com financiamento de US$ 1,5 milhão (R$ 8,5 milhões), utiliza dados meteorológicos e de satélite para prever a formação de nuvens adequadas para a semeadura.
Com uma média de apenas 100 milímetros de precipitação anual, a população de quase dez milhões de habitantes dos Emirados depende fortemente de água dessalinizada. A chuva é tão rara que, quando ocorre, provoca reações entusiásticas, especialmente entre as crianças. Para estimular a pesquisa, o governo alocou US$ 22,5 milhões (R$ 128,8 milhões) em subsídios ao longo de dez anos, promovendo o fórum desde 2017.
Além das iniciativas de Delle Monache, o professor Marouna Temimi apresentou um sistema que utiliza aprendizado de máquina para monitorar tempestades em tempo real. No entanto, ambos os especialistas destacam a necessidade de cautela, pois a falta de dados detalhados sobre a composição das nuvens limita a precisão das previsões. O presidente do Conselho Mundial da Água, Loic Fauchon, também enfatizou a importância de equilibrar a inteligência artificial com a experiência humana na busca por soluções para a escassez hídrica.
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