Zuckerberg defende que IA pode complementar amizades, mas especialistas alertam riscos

Mark Zuckerberg afirmou que a inteligência artificial (IA) pode ajudar a preencher lacunas nas amizades humanas. Em entrevista ao Dwarkesh Podcast, o fundador da Meta destacou que o americano médio tem apenas três amigos, mas deseja ter cerca de quinze. Ele acredita que a IA pode atender a essa demanda.

Entretanto, psicólogos como Omri Gillath, professor da Universidade de Kansas, discordam dessa visão. Gillath afirma que a ideia de um número "certo" de amigos é infundada. Para a maioria das pessoas, ter de três a quatro amigos próximos é suficiente. Ele ressalta que a IA não pode substituir relacionamentos profundos e significativos.

Gillath aponta que interações com chatbots podem oferecer benefícios momentâneos, como disponibilidade constante e respostas educadas. No entanto, ele enfatiza que a IA não pode proporcionar as vantagens de relacionamentos duradouros, como a conexão emocional e a interação física. "Um abraço é muito mais significativo do que o que a IA pode oferecer", afirma.

Além disso, o psicólogo alerta que o uso excessivo de IA pode ter efeitos negativos, especialmente em crianças, que podem apresentar maior ansiedade e depressão. Ele recomenda usar a IA como uma ferramenta de prática, mas não como um substituto para interações humanas. Para formar novas amizades, sugere participar de clubes e desenvolver habilidades de escuta ativa.

Zuckerberg fez suas declarações em um momento em que a Meta lançou um novo aplicativo de IA, semelhante ao ChatGPT. A discussão sobre o papel da IA nas relações humanas continua a gerar debates entre especialistas e a sociedade.